Rio de Janeiro e São Paulo falham em concessões de estádios

Os dois mais tradicionais estádios do Rio de Janeiro e de São Paulo têm se tornado problemas para as administrações públicas. Colocados politicamente como bons produtos para as iniciativas privadas, Maracanã e Pacaembu têm sofrido nos processos de concessões.

A última novidade está no Maracanã. Nesta quarta-feira (12), o UOL divulgou que a Justiça do Rio de Janeiro determinou o cancelamento da concessão do estádio. Segundo a decisão, “procedimento licitatório, para a seleção da concessionária que administrará o Maracanã e o Maracanãzinho por 35 anos, encontra-se viciado em decorrência de ter sido oferecido acesso privilegiado a informação em favor de apenas um dos licitantes (a empresa IMX HOLDING S/A)”.

Maracanã esteve lotado para Flamengo x Corinthians nesta quarta-feira (12). Foto: Reprodução / Twitter (@Flamengo)

Colocado como grande instrumento de entretenimento no Rio de Janeiro, o “novo” Maracanã, reformado a um valor de mais de R$ 1 bilhão para a realização da Copa do Mundo, não tem tido sossego com iniciativas privadas. A primeira empresa a assumir o complexo, a Odebrecht, abandonou o estádio após cinco anos de parceria. A construtora não conseguiu fazer o estádio ser financeiramente sustentável e abriu mão do projeto após acumular prejuízos.

Em São Paulo, a concessão do Pacaembu foi usada como bandeira de “gestão eficiente” na eleição de João Dória à Prefeitura de São Paulo. Os processos licitatórios, no entanto, também não andaram. Na última semana, o Tribunal de Contas do Município resolveu fazer novas exigências para repassar a arena à iniciativa privada. Com a decisão, o antigo processo foi inteiro cancelado, e a novela que envolve o estádio ganhou novos e inconclusivos capítulos.

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No caso paulistano, a concessão é ainda mais complexa: o estádio exige reformas, e não há um time fixo para atuar no local. Além disso, o complexo conta com a concorrência do Allianz Parque, do Palmeiras, da Arena Corinthians e do Morumbi, do São Paulo, para grandes eventos e para partidas avulsas.

Nesta semana, a Máquina do Esporte revelou uma das propostas para o estádio. A Universidade Brasil pretende transformá-lo em uma “universidade do esporte”. Para tocar o projeto, contaria com a parceria de uma construtora e do Santos, que passaria a atuar na arena de forma permanente. O investimento está longe das grandes arenas da Copa do Mundo, mas ainda assim é significativo: a entidade de ensino fez proposta de R$ 310 milhões para tocar o estádio por 30 anos.

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