Assim como aconteceu em Pequim-2008, as Olimpíadas vão desbravar um novo mercado em 2016. Com a eleição do Rio de Janeiro como sede do evento, o Comitê Olímpico Internacional realizará pela primeira vez uma edição da competição na América do Sul. Com isso, tentará aproveitar o desenvolvimento econômico de uma região outrora baseada em suas belezas naturais. O Rio de Janeiro não abandonou em sua campanha o discurso de ?cidade maravilhosa?. O perfil receptivo do povo e as belezas naturais foram evocados em diferentes momentos das apresentações ao COI como pontos favoráveis da cidade, mas isso teve amparo em uma engenharia financeira jamais vista no esporte do país. A atenção às características do local fica evidente até mesmo na divisão das áreas a serem utilizadas nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. O evento será dividido em quatro zonas (Barra, Deodoro, Copacabana e Maracanã), sendo que as quatro últimas possuem forte apelo turístico. A base da comunicação do projeto carioca também é algo bem alinhado com a ideia que o Rio vende para o restante do mundo, de uma cidade quente e cheia de atrativos para o turismo. Sobretudo porque, segundo dados apresentados pela cidade ao COI, 85% da população local e 69% dos habitantes nacionais são favoráveis à realização dos Jogos. Só que o atual momento político e econômico do Brasil teve peso igualmente importante na escolha do Rio de Janeiro como sede. O país é atualmente a oitava maior economia do mundo, o único entre os dez maiores do planeta que nunca sediou uma edição das Olimpíadas. Um dos principais interlocutores do projeto carioca no COI é Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, que tem sido responsável por mostrar à entidade a condição financeira de o país realizar uma edição de alto nível do evento. ?Para a América do Sul, será um momento mágico. Para o movimento olímpico, é a chance de mostrar ao nosso povo uma mensagem importante e levar o calor do Brasil aos Jogos. Além disso, podemos mostrar que as Olimpíadas são de todo o mundo?, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em discurso ao COI. ?Mas também demos todas as garantias financeiras necessárias para o evento. Trabalhamos muito nas últimas décadas, temos uma economia pujante e estamos crescendo?, completou o dirigente, que falou em português. Outro argumento de campanha do Brasil é que a economia nacional foi pouco abalada pela crise financeira internacional em comparação com alguns rivais, sobretudo os Estados Unidos, epicentro do momento econômico negativo. O projeto brasileiro era o mais caro entre os quatro finalistas aos Jogos de 2016, com previsão de investimento de US$ 14,4 bilhões. Os cofres públicos colocaram R$ 100 milhões apenas para cobrir gastos da candidatura do Rio de Janeiro, e a expectativa inicial é que 24% das obras necessárias para as Olimpíadas sejam custeadas com dinheiro das três inst”ncias de governo.
Rio usa abertura de mercado em campanha
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