Em meio ao período mais conturbado nos bastidores do futebol brasileiro, mais uma liderança vai sair de cena: a Globo anunciou que Marcelo Campos Pinto, que há 20 anos comandava a área de direitos esportivos da emissora, deixará a empresa no fim do ano.
Em comunicado assinado pelo presidente do grupo, Roberto Irineu Marinho, a Globo anunciou a criação de um comitê de direitos esportivos, descentralizando a função de negociação dos direitos no futebol, que sempre ficou sob comando de Campos Pinto.
A saída do executivo acontece num momento em que a Globo tenta renegociar os direitos sobre o Campeonato Brasileiro com os clubes. Até agora, como há muito não acontecia, Campos Pinto tem tido dificuldade para conseguir ampliar a renovação até 2020.
O fim da Era Campos Pinto abre, também, mais um vácuo de liderança no futebol, em turbulên- cia desde a prisão de José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Centralizador, Campos Pinto sempre foi o homem forte do futebol pelo dinheiro que a Globo investe nos direitos.
O executivo era responsável por colocar mais de R$ 1,3 bilhão no futebol brasileiro. Com esse poder econômico, ele exercia enorme influência sobre a maioria dos dirigentes do futebol brasileiro, a ponto de fazer longa homenagem a Marin, Marco Polo Del Nero e Reinaldo Carneiro Bastos, novo presidente da Federação Paulista de Futebol, na festa de encer- ramento do Paulistão, em maio deste ano, cerca de 20 dias antes de Marin ser preso na Suíça e de- flagrar a maior crise no futebol.
O executivo, que deixa a emissora em dezembro, já não está mais à frente do departamento chamado Globo Esportes. Agora, Pedro Garcia, que era diretor da Globosat, passa para a função, mas subordinado a um triunvirato, foramdo pelos altos executivos Carlos Henrique Schroder, Alber- to Pecegueiro e Jorge Nóbrega.
“Esta mudança representa mais uma etapa na busca de sinergias e integração entre as operações
do Grupo Globo”, afirmou Roberto Irineu Marinho, presidente do Grupo Globo, em comunicado interno sobre a mudança.