Santos estuda reformulação da Vila Belmiro

Setor Visa da Vila Belmiro pode perder espaço em 2012

Setor Visa da Vila Belmiro pode perder espaço em 2012

O que é melhor para um clube: um estádio premium ou um “caldeirão” popular? A diretoria do Santos vive esse dilema, e já pensa em mudanças na Vila Belmiro para fazer com que a arena volte a ficar mais próxima de seus torcedores. Em um momento em que o clube vive uma série de decisões, a dúvida é se o estádio pode ser um fator mais importante esportivamente do que é atualmente.

Para o gerente de marketing santista, Armênio Neto, a preocupação da diretoria é que as cadeiras destinadas a um público de maior poder aquisitivo tiram espaço da arena e a deixam com torcedores que apoiam menos. “Nós estamos avaliando a Vila Belmiro para que ela possa voltar a ser um caldeirão, um lugar mais complicado para os adversários”, afirmou.

Uma das possíveis medidas se refere ao setor Visa, acordo fechado com a empresa em 2008. Em setembro deste ano, o contrato chega ao seu fim, e a diretoria santista ainda pondera se deve renovar o acordo. Localizado na lateral do campo, ela substituiu uma das antigas arquibancadas da arena.

Dois anos antes, a outra lateral já havia perdido espaço para os camarotes térreos implantados no estádio. Em ambos os casos, o que separa os torcedores do campo é um vidro, que também abafa os gritos de quem está fora do campo e diminui a pressão nos jogadores.

Hoje, a Vila Belmiro convive com baixa ocupação e baixa média de público. Em 2010, o time viveu um grande momento, com jogadores como Paulo Henrique Ganso e Neymar levando a equipe aos títulos do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil. Ainda assim, a média de público ficou em cerca de 8 mil pessoas, com ocupação de 50% da sua capacidade.

A conta que se colocar em dúvida é se repartir o estádio em setores de luxo faz com que ele seja realmente mais rentável. Atualmente, as divisões têm deixado mais torcedores fora do que dentro.

O jogo do próximo domingo, decisão do Estadual contra o Corinthians, explicita mais um problema vivido pela diretoria santista. Foram colocados a venda apenas 15 800 ingresso, atual capacidade máxima do estádio. Para a Copa Santander Libertadores, o clube recorrerá ao uso do Pacaembu, em São Paulo.

A pouca disponibilidade de ingressos incomoda sócios do clube, que mesmo com a preferência terminam sem a sua entrada; hoje são 35 mil sócio-torcedores. A própria mudança de localidade tem desagradado à parte dos associados, que preferem ver o jogo na cidade de origem do clube.

Para conseguir colocar ingressos populares e premium em um mesmo espaço, com uma quantidade suficiente para os dois lados, o Santos teria que ampliar a Vila Belmiro ou construir uma nova arena, como já fazem clubes como Corinthians, Palmeiras e Grêmio.

Já existem construtoras interessadas no negócio, mas pela delicadeza do assunto, as propostas são tratadas diretamente com o presidente Luis Álvaro de Oliveira. Em 2010, o dirigente chegou a afirmar para a TV Bandeirantes que estudava duas propostas para a própria cidade de Santos. Hoje, ainda não há avanços nessa questão.

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