A primeira experiência do São Paulo com um CEO durou pouco e terminou com acusações públicas entre as duas partes envolvidas. Após três meses no comando executivo do clube paulista, Alexandre Bourgeois foi demitido. E, no canal fechado Sportv, não poupou críticas ao seu antigo chefe, o presidente Carlos Miguel Aidar. O dirigente tricolor aumentou o clima publicamente hostil com uma carta que descrevia os problemas enfrentado pelo profissional em sua curta passagem.
As acusações de Bourgeois foram as mais diversas. Na mais grave delas, o ex-executivo do São Paulo afirmou ter sido ameaçado por dirigentes no momento de sua demissão. Em uma sala com oito pessoas, uma delas teria dito que iria agredi-lo. “Ele falou que é faixa preta de judô e que me bateria se me cruzasse na rua”, afirmou ao Sportv.
Bourgeois também afirmou que a imagem de clube profissional do São Paulo não condiz com os bastidores do Morumbi, e que as questões políticas ficam acima das práticas de boa gestão. Durante sua passagem pela agremiação, o profissional alegou que esteve afastado dos pormenores cotidianos; nem mesmo aos contratos ele teria tido acesso.
Durante a transmissão da entrevista, Carlos Miguel Aidar enviou uma nota com oito motivos para a demissão de Bourgeois. Entre elas, uma suposta quebra de confiança por vazar informações e uma articulação política nos bastidores. O presidente são-paulino chegou a ironizar o executivo: “Falta de iniciativa de integração com as várias áreas do clube, à exceção do CT para tirar fotos”. A carta termina com “não disse a que veio”.
A situação explicitamente insustentável se encerrou oficialmente na última semana, quando Bourgeois foi demitido. O São Paulo, no entanto, insistiu em um CEO e contratou Paulo Ricardo de Oliveira, ex-presidente da Penalty, antiga fornecedora de material esportivo do clube.