A Fifa ainda não anunciou o palco da abertura da Copa do Mundo de 2014, que será disputada no Brasil. A indefinição alimentou debate entre as cidades que postulam o direito de sediar a primeira partida. O único alheio a esse clima é o São Paulo Futebol Clube, dono do Morumbi, estádio escolhido no projeto de São Paulo. De forma enfática, a equipe tricolor assegura que receberá a estreia. ?Essa é uma questão muito maior do que o estádio. Todos sabemos que o local da abertura ainda não foi definido pela Fifa, mas o São Paulo entende que será aqui. A pujança da nossa cidade e a estrutura que envolve o local não deixam dúvidas. Se você observar outras cidades candidatas, verá que existem dificuldades. São Paulo tem muitos pontos favoráveis, como a rede hoteleira, a rede hospitalar, a rede de cultura e o transporte urbano de qualidade, que é o metropolitano?, lembrou Juvenal Juvêncio, presidente do clube paulista. Na última sexta-feira, Juvêncio promoveu entrevista coletiva em São Paulo ao lado dos ministros Orlando Silva Júnior (Esporte) e Luiz Barreto (Turismo). O objetivo era ratificar a aposta no Morumbi como sede do primeiro jogo da Copa do Mundo. ?Viemos para conhecer todo o projeto do Estado, como a rede hoteleira e de transporte. Eu fiquei muito satisfeito?, opinou Barreto. ?O Morumbi é uma arena preparada, não apenas para a Copa do Mundo, mas para o jogo de abertura?, completou Silva Júnior. As análises positivas dos ministros foram endossadas pelo discurso extremamente confiante do presidente do São Paulo: ?Belo Horizonte é outra cidade que pretende receber a abertura da Copa do Mundo. E eu lembro que Belo Horizonte possui apenas um hotel cinco estrelas. Isso responde a qualquer pergunta sobre uma comparação. Natal não tem nem terreno. O Maracanã está tombado e ninguém disse ainda o que será feito do Mineirão?. O problema é que o discurso do São Paulo seguiu um padrão adotado nas últimas semanas. Os argumentos favoráveis à candidatura paulista são baseados na estrutura da cidade, mas raramente falam sobre o Morumbi, estádio que a própria Fifa criticou recentemente. ?Eu vi uma entrevista [concedida por Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa] com um questionamento ao Morumbi, mas isso não foi feito de forma oficial. A Fifa não se manifestou sobre nenhum ponto a ser alterado no projeto. E os que foram citados, sinceramente, não têm deficiência alguma?, discursou Ruy Ohtake, arquiteto responsável pelo projeto de reforma do Morumbi. Na última semana, diante das incertezas sobre a qualidade do projeto do Morumbi, a possibilidade de um novo estádio abrigar jogos em São Paulo ganhou força. Passaram a ser consideradas a construção de outra arena ou a adoção do reformado Palestra Itália, caso essa obra seja concluída a tempo. A hipóteses de o Palestra Itália ganhar espaço tornou-se mais forte na semana passada, quando o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, não compareceu a um encontro entre os mandatários dos principais times paulistas. Ele alegou compromissos no clube, mas dirigentes apontaram a atitude como uma demonstração de distanciamento da diretoria tricolor. ?Ele não fez isso como forma de mostrar que não está fechado conosco. O Belluzzo pode tocar as obras na arena deles, mas o estádio que ele imagina para a abertura da Copa do Mundo também é o Morumbi?, avisou Juvêncio.
São Paulo minimiza ameaças ao Morumbi
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