Joseph Blatter está sob investigação da FBI, e isso pode ter sido um dos motivos de sua renúncia nesta terça-feira.
O dirigente mudou rapidamente de opinião entre sexta-feira, quando foi reeleito presidente da Fifa, e terça-feira, quando anunciou renúncia da organização que comandou por 17 anos. Na última semana, o dirigente chegou a afirmar que não havia razão para a sua saída da entidade.
Nos dias que sucederam sua reeleição, os motivos certamente apareceram. O principal deles foi o envolvimento de Jérôme Valcke, em denúncia publicada pelo jornal The New York Times. Valcke é o secretário-geral da Fifa e o braço direito de Blatter nas articulações no futebol mundial.
Segundo o NYT, o dirigente teria pago US$ 10 milhões em propinas para que a África do Sul fosse eleita a receber a Copa do Mundo de 2010. Valcke teria sido o responsável por acertar dívidas entre o país africano e o presidente da Concacaf na década de 2000, Jack Warner.
A corrupção envolvendo o segundo executivo mais alto da Fifa já colocaria Blatter em uma situação delicada. E isso reforçou a conjuntura que indicou a saída do suíço.
A justiça da Suíça já havia afirmado que Blatter não estava na lista de suspeitos dos crimes que abalaram a Fifa na última semana. Mas, por outro lado, autoridades dos Estados Unidos não pensam da mesma maneira.
Segundo a ABC News, dos Estados Unidos, a FBI e os promotores do país estão investigando Blatter pelos acontecimentos da última semana.
Uma fonte da FBI, ouvida pela emissora americana, deu a explicação de como a justiça americana deve proceder: “Agora que as pessoas vão querer se safar, provavelmente haverá uma corrida para ver quem se vira contra Blatter primeiro. Podemos não conseguir derrubar toda a organização, mas talvez não seja necessário”.
A declaração é um indício de que o cerco sobre o alto escalão da Fifa, especialmente Valcke, deve complicar a vida de Blatter no comando da organização.