Seleções e clubes de elite contrapõem Nike e Adidas

Espanhã, campeã da Copa do Mundo de 2010, veste Adidas desde 1992

Espanhã, campeã da Copa do Mundo de 2010, veste Adidas desde 1992

A guerra entre Nike e Adidas pela liderança na distribuição de materiais esportivos no mundo já é conhecida, porém em muitas ocasiões se restringe aos dados e argumentos fornecidos pelas próprias empresas para ilustrá-la. Pesquisa realizada pela Global Sports Network (GSN), agência brasileira, traz novas conclusões sobre a disputa.

A partir de levantamento com 1.665 clubes e 209 seleções de sete continentes durante a temporada 2010/2011, constatou-se que cada empresa é líder em um segmento. A Nike, em primeiro lugar, fornece materiais para 40% das 20 melhores seleções do planeta, segundo ranking da Fifa, contra 30% atendidos pela Adidas.

Quando analisadas as 181 equipes que compõem as ligas correspondentes aos dez melhores países, a elite dessas nações, novamente segundo a Fifa, a fabricante alemã leva vantagem sobre os norte-americanos, com 9,9% times parceiros, ante 8,3%. A Adidas, na verdade, predomina mesmo quando não é avaliada apenas a elite.

Com 205 clubes atendidos no mundo, a empresa possui participação de 12,5% nesse mercado, seguida justamente pela companhia norte-americana, com 159 equipes aliadas e 9,5% dessa fatia. Nesse panorama, ainda podem ser incluídas Umbro, pertencente à Nike, com 109 times; e Reebok, da Adidas, que tem 26 parceiros.

Por trás da elite

Enquanto Nike e Adidas se enfrentam pelos principais clubes e seleções do planeta, o mapeamento de mercado feito pela GSN revela outros dados intrigantes. No universo pesquisado, por exemplo, 462 equipes não possuem fornecedor de materiais esportivos, número superior aos parceiros somados de ambas as líderes do segmento.

A existência de um fornecedor de artigos, quando comparados diferentes continentes, também aponta indiretamente para o grau de profissionalização adotado. Na Europa, entre 674 clubes pesquisados, apenas 5% não têm parceiro. Na África, por sua vez, dentre 328 times levantados, mais de 67% não têm fornecedor.

“Outra coisa curiosa é a infinidade de fabricantes que ainda não chegaram no Brasil”, avalia Idel Halfen, vice-presidente de marketing do Fluminense e diretor de marketing da GSN, responsável pelo estudo, à Máquina do Esporte. “Há vários nomes que nunca foram ouvidos por aqui, e isso chama muito a atenção”.

Ao todo, a pesquisa encontrou 117 marcas de material esportivo. A América do Sul possui a atuação de apenas 44 dessas empresas, mas a maioria não está no Brasil. A própria Puma, líder em número de times atendidos no continente, deixou de explorar o mercado brasileiro quando foi substituída no Grêmio pela Topper.

Para onde vão?

A maior utilidade do estudo, de certo modo, é a possibilidade de identificar determinadas estratégias das companhias envolvidas, segundo Halfen. Nos Estados Unidos, no qual a Nike supostamente deveria ter maior atuação, a Adidas é líder, com 18 equipes. A Major Soccer League (MLS), liga do país, negocia o acordo coletivamente.

“Também é interessante notar que a Reebok, da Adidas, aposta somente no Brasil e na Austrália”, aponta Halfen. Em solo brasileiro, a marca está presente em Internacional, Cruzeiro e São Paulo, três das principais equipes da elite nacional. Em nível global, contudo, a marca é apenas a 12ª colocada, com 1,6% dos clubes pesquisados.

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