Sem 33% de patrocínio, judô refaz planejamento

Na última década, a Confederação Brasileira de Judô se tornou um case no esporte brasileiro, pela capacidade de reunir eventos, captar patrocinadores e colecionar medalhas olímpicas. No entanto, em um período de crise econômica e sem os Jogos no Brasil, a entidade tem se desdobrado para conseguir manter os bons resultados.

A Máquina do Esporte conversou com o presidente da CBJ, Sílvio Acácio Borges, eleito por unanimidade há três meses. Responsável por manter o judô no topo em Tóquio 2020 mesmo em um ciclo de vacas magras, o dirigente admite que o cenário é bem diferente do que o esporte viveu há alguns anos.

“Era sabido que, após o ciclo olímpico de 2016, nós teríamos dificuldades. Mas, sinceramente, não sabíamos que seria tão difícil”, lamentou o presidente da CBJ.

A confederação perdeu apenas o patrocínio da Petrobras, que ainda negocia um novo acordo com a entidade. Mas, na prática, houve mais dificuldades. Marcas como Bradesco, Infraero e Cielo foram mantidas como parceiros, mas o valor total ainda não alcança o número atingido em 2016, com a presença da petrolífera. Hoje, a CBJ ganha dois terços do que recebia em acordos comerciais.

Como principal consequência, a CBJ irá reduzir os gastos com torneios e logísticas de atletas nos eventos. Um exemplo já será seguido no próximo Mundial da modalidade, em Budapeste, na Hungria. Para economizar, a entidade não levará todos os lutadores em uma só viagem, com concentração em conjunto. Cada um ficará apenas o período necessário.

“Se tivéssemos o valor que tínhamos no ano passado, estaríamos caminhando a passos largos. A estrutura teve que ser repensada, e vamos abrir mão de alguns torneios internacionais. O que não pode parar é o trabalho com a base”, comentou Sílvio Acácio Borges.

A esperança da confederação de judô é que, em 2018, o cenário já seja mais positivo. Uma das frentes que a entidade espera recuperar é a própria parceria com a Petrobras. A companhia mantinha aporte a seis confederações, mas cortou os investimentos após os Jogos do Rio. O judô era a modalidade que mais recebia da companhia e a única que permaneceu em negociação.

Atualmente, a CBJ conta com o Bradesco como patrocinador máster. Infraero, Cielo, Scania e Mizuno também têm acordos comerciais com a entidade esportiva.

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