A Globo usou o Jornal Nacional para anunciar o que a emissora chamou de “maior projeto de comercialização do mercado publicitário brasileiro”. Trata-se das cotas de publicidade para as transmissões do futebol na temporada de 2017, com um valor de tabela recorde para as empresas.
Seis companhias fecharam com a Globo: Itaú, Brahma, Chevrolet, Johnson & Johnson, Ricardo Eletro e Vivo. As principais mudanças são as saídas de Casas Bahia e BRF, substituídas por Chevrolet e Ricardo Eletro. A entrega prometida pela emissora é de 95 partidas no mínimo durante o ano, entre Estaduais, Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores, Copa Sul-Americana e jogos da seleção brasileira, que disputará Eliminatórias para a Copa do Mundo e amistosos durante a temporada.
Nas negociações com o mercado, a Globo apresentou os valores de cota com aumento acima da inflação. Já com placas de publicidade em campo incluídas no contrato, o preço foi de R$ 283,5 milhões. Somente com a publicidade na televisão, a emissora faturou R$ 1,7 bilhão caso tenha conseguido comercializar com os números propostos por tabela.
O aumento de quase 15% em relação às cotas de 2015 tem uma razão: em termos de audiência, hoje a Globo entrega mais do que entregou na última temporada. A principal razão foi a saída da Band do futebol, o que deixou a emissora com exclusividade em grande parte das partidas exibidas na televisão aberta.
Considerando o Brasileirão, que foi encerrado no último fim de semana, a diferença fica clara. Em 2015, a Globo teve uma média de 18 pontos com o torneio. Nesta temporada, a emissora conseguiu 22,2 pontos de média. Caso seja levando em conta o aumento de domicílios atingidos por cada ponto, medida que sobe a cada ano, a diferença se torna ainda maior.
Basicamente, a Globo conseguiu absorver a audiência que era da Band. A diferença de 4,2 pontos é próxima dos cinco pontos de média que a Band conseguiu no Brasileirão de 2015.
O aumento da audiência, por outro lado, não pode ser considerado um fator decisivo para a Globo comercializar suas cotas esportivas. O exemplo oposto esteve com a Fórmula 1, que há anos vive crise no Ibope. Nesse caso, a cota subiu de R$ 79,8 milhões para R$ 87,2 milhões, algo próximo da inflação. Santander, Itaipava, Tim, Renault, Unilever e Nestlé acertaram com a emissora para ficarem nas provas de automobilismo.