MP barra Beira-Rio, e Internacional fica sem festa e lucro milionário na final do Gaúcho

Na última quarta-feira, o Internacional recebeu uma má notícia do Ministério Público: terá que decidir o Campeonato Gaúcho Chevrolet de 2014 em Caxias, no estádio Centenário. O corpo de bombeiros e a brigada militar não deram aval para a partida. Dessa maneira, o clube gaúcho terá que abrir mão de alta bilheteria, além de ações de marketing específicas para o seu estádio.

Apenas com ingressos, a direção do Internacional esperava um lucro de R$ 2 milhões, no mínimo. O clube contava com a lotação máxima, 50 mil pessoas, o que lhe daria superioridade nesse quesito em relação ao rival Grêmio. Na primeira partida da decisão do Estadual, 39 mil pessoas renderam R$ 1,9 milhão de receita líquida na Arena Grêmio.

Pelo histórico recente, o Internacional não deve esperar uma renda alta jogando no estádio Centenário. O clube disputou a decisão do torneio estadual no local em 2013, mas contra o Juventude. Na ocasião, 20 mil pessoas geraram uma bilheteria bruta de R$ 656 mil. Durante o Campeonato Brasileiro de 2013, o clássico contra o Grêmio foi a partida que gerou o melhor resultado financeiro do time em Caxias do Sul, com um lucro de apenas R$ 353 mil.

Além da questão financeira, haveria um fator simbólico se a partida acontecesse no Beira-Rio. Esse seria o primeiro jogo oficial com a arena completa, com 100% de sua capacidade, e seria justamente em uma final contra o maior rival do Inter. O marketing colorado não queria deixar a ocasião passar em branco e planejava algumas ações para a ocasião.

Os detalhes dessas ações não foram divulgados porque o clube ainda pretende utilizá-las no primeiro jogo oficial de fato. Terá que fazê-las, no entanto, sem o peso do evento do próximo domingo, uma decisão de campeonato.

O que deixou a diretoria do clube gaúcho irritada foi o motivo alegado para impedir a realização da partida. Em comunicado, o Ministério Público explicou que o estádio não teria laudos de segurança e que haveria entulhos no entorno. O temor, claro, são cenas de violência na decisão do torneio gaúcho.

A questão é que se trata de um estádio pronto para receber uma Copa do Mundo, o que certamente já o coloca em posição superior à maior parte das arenas brasileiras. O estádio Centenário, por exemplo, está longe de oferecer uma condição perfeita aos torcedores: em 2012, a arena chegou a ter uma torre de iluminação destruída após um temporal. No ano seguinte, um novo sistema foi instalado graças à utilização das luzes do antigo Beira-Rio, então em obras.

Já o novo Beira-Rio teve tratamento diferente recentemente por parte dos órgãos oficiais. Se o Ministério Público alega que entulho é um problema, durante o Campeonato Gaúcho ele foi ignorado. O Internacional fez três partidas oficiais no estádio sem arquibancadas totalmente liberadas, já que ainda havia obras nos locais. Na primeira oportunidade, em fevereiro, 10 mil pessoas acompanharam a partida contra o Caxias, quando o jogo foi chamado de evento-teste.

No último fim de semana, uma situação mais próxima do que seria vista no próximo domingo. O clube fez dois eventos, um com apresentações diversas, no sábado, e uma partida amistosa contra o Peñarol, no domingo. Em ambas as datas, 50 mil pessoas estiveram presentes no Beira-Rio, já considerado concluído.

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