O Flamengo não sabe onde jogará os próximos jogos da Libertadores, mas, após a partida de quarta-feira, contra o San Lorenzo, há uma certeza na Gávea: atuar no Maracanã pelo torneio sul-americano será lucrativo. Mesmo que o time tenha que colocar dinheiro no estádio para torna-lo viável a receber um grande público.
Foi isso o que o borderô do jogo de quarta-feira, revelado na última quinta, apontou. Para fazer as reformas básicas no estádio, chamadas no documento de “custos de infraestrutura”, o Flamengo investiu R$ 1,7 milhão na arena, que foi reformada para a Copa do Mundo de 2014 em obra que custou mais de R$ 1 bilhão ao Estado.
Com outras despesas, como os R$ 424 mil de “custo operacional”, o Flamengo teve que pagar quase R$ 3 milhões para atuar na arena carioca, um custo fora da realidade comum. Seria um problema se os mais de 60 mil pagantes da partida não tivessem gerado quase R$ 3,7 milhões em renda. Ou seja, o clube ficou no lucro. O maior já alcançado neste ano, por sinal.
“A operação correu muito bem. As bilheterias suportaram o enorme número de troca de ingressos. E, tirando Copa do Mundo, batemos o recorde de número de acesso ao estádio por minuto. E o torcedor encontrou um estádio limpo, seguro e em ótimas condições para promover sua festa”, comentou o diretor de novos negócios do Flamengo, Marcelo Frazão.
O sucesso, claro, se deve ao alto apelo da Libertadores, além do próprio retorno ao estádio mais tradicional do Rio de Janeiro. Em comparação, o Flamengo somou apenas R$ 2,1 milhões em bilheteria contando os cinco jogos em que foi mandante no Campeonato Carioca e na Primeira Liga.
No momento em que a licitação da gestão do Maracanã tem sido negociada, o Flamengo também ganhou força nos bastidores com o sucesso de público da última quarta-feira. Recentemente, a parceira do time no processo público pelo estádio, a GL Events, se retirou das negociações. Atualmente, apenas a francesa Lagardère está na disputa.
Para ampliar a força do time, na quinta-feira o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE) sinalizou a necessidade de Flamengo e Fluminense utilizarem o Maracanã constantemente para torna-lo financeiramente sustentável.
“Muito mais do que o resultado financeiro positivo, o principal foi ter permitido o renascimento do Maracanã”, exaltou Frazão.