Há cerca de um ano, a Topper sonhava em voltar a ser uma das principais protagonistas do mercado de fornecimento de material esportivo do futebol brasileiro. Em maio de 2018, a marca estava presente em cinco times da Série A, atrás apenas da Umbro como maior fornecedora do mercado. Um ano depois, o cenário é bem diferente. A Topper encolheu a participação no mercado e, aos poucos, vai novamente deixando de lado o investimento em clubes.
O problema, naturalmente, é a lucratividade da operação. Como ocorrido com diversas marcas no mercado, a incapacidade de atender aos diversos clubes patrocinados gerou enorme insatisfação do consumidor, pressão dos dirigentes, e o negócio começou a andar para trás. Em março de 2018, o então CEO da Topper disse à Máquina do Esporte que a operação do futebol não era lucrativa, mas estava dentro dos planos da marca. Sem resultados, a empresa vai deixando o mercado.
No último final de semana, o Paraná, que joga a Série B, anunciou que usará a pausa da Copa América para lançar uma marca própria do clube. O Botafogo negocia com outras fornecedoras e, em breve, deve anunciar a saída da Topper, que só no começo deste ano perdeu os contratos com Náutico, Vitória e Atlético-MG, sendo que esse último cobra da marca na Justiça um ressarcimento de R$ 3,4 milhões.
Goiás é um dos clubes que ainda vestem Topper (Foto: Reprodução / Twitter (@goiasoficial))
A marca ainda tem sete clubes para tentar atender. Goiás, Ceará, Guarani, Ponte Preta, Figueirense e Brasil de Pelotas usam a Topper. Todos, porém, ainda estão com as camisas de 2018, sem previsão de mudança. O único que teve uma camisa apresentada ao mercado este ano é o Remo. O clube paraense, no entanto, já estuda alternativas para fornecimento em 2020, quando o contrato se encerra.
Mesmo assim, a marca da Topper ainda estará em evidência. A empresa é a fornecedora das bolas usadas nas Séries B, C e D do Campeonato Brasileiro.
A derrocada da fabricante é a repetição de velhos erros cometidos no mercado de material esportivo pelas marcas. Na pressa para se popularizar, as empresas fecham com diversos times e não conseguem atender à demanda para abastecer o mercado. Além disso, a operação é de baixa ou nenhuma lucratividade. Essa situação já ocorreu em um passado recente com marcas tradicionais, como Penalty e Puma, e com outras que tentavam ganhar mercado, como Lupo e Champs.
Desde 2016, os clubes com força regional começaram a ver no lançamento de marcas próprias uma saída para conseguir atender ao mercado e também ter algum lucro com o fornecimento de camisas. O Paysandu puxou a fila que hoje tem times mais populares como Bahia e Fortaleza. O Paraná, agora, se une a esse grupo.