Sem piloto e com baixa audiência, EUA têm mais empresas na F-1

Veja que “contradição” interessante. A Máquina do Esporte mapeou os patrocinadores das 11 escuderias que disputam a temporada de 2014 da Fórmula 1, iniciada no domingo passado (16) no GP da Austrália, com vitória do alemão Nico Rosberg, da Mercedes-Benz. São 243 parcerias, entre patrocínios, fornecimentos e apoios. A maior parte desses acordos foi fechada por empresas dos Estados Unidos, mas os Estados Unidos nem têm um piloto para representá-los na categoria, nem estão no topo da lista de maiores audiências.

Dos 243 acordos, 43 (17%) foram assinados por empresas americanas. É o país com mais representantes entre os patrocinadores, seguido por Itália, com 37 acordos, e Reino Unido, com 28 acordos. A lista das dez nações com mais investidores na Fórmula 1 ainda tem Alemanha (21), Japão (20), Suíça (19), França (10), México (9), Holanda (7) e Canadá (6).

Os EUA não têm um piloto na elite do automobilismo mundial. Este é um detalhe que rende alguns patrocinadores para as escuderias. A única empresa da Venezuela a patrocinar uma equipe, a petroleira PDVSA, fechou com a Lotus Renault, na qual um dos dois pilotos é o venezuelano Pastor Maldonado. Nenhuma coincidência. A própria Williams Mercedes, com o brasileiro Felipe Massa, conseguiu os patrocínios de Petrobras e Banco do Brasil, duas das três empresas brasileiras que fizeram patrocínios na Fórmula 1 – a outra é a TNT, com a Ferrari.

Os EUA também não são lá um grande país em termos de audiência para a categoria. Dados de 2013 divulgados pela FOM, responsável pelos direitos de transmissão da Fórmula 1, mostram que houve 11,7 milhões de telespectadores no país americano durante todo o ano. É o mesmo que somente 3,6% da população americana. O Brasil teve o maior número de pessoas atrás da televisão durante as corridas, 77 milhões, equivalentes a 39% da população brasileira. A Itália, em segundo, teve 35,8 milhões, ou 58,7% da população italiana.

A explicação mais razoável para esta “contradição” está no fato de que as empresas americanas que patrocinam equipes em 2014 atuam no mundo inteiro. São os casos dos cigarros da Philip Morris, dos energéticos da Burn, das lâminas de barbear da Gillette, dos óculos da Oakley, entre muitas outros produtos. São companhias que não estão restritas ao mercado doméstico e que, portanto, veem sentido em patrocinar equipes da Fórmula 1.

O que é que a Suíça tem?
Entre as dez empresas com mais patrocinadores de escuderias na Fórmula 1, Alemanha faz todo o sentido, Japão também, mas o que faz ali a Suíça? Pois os suíços marcam forte presença com fabricantes de relógios. IWC Schaffhausen, Hublot, Richard Mille, TAG Heuer, Certina, Oris e Armin Storm: todos eles são suíços e todos eles escolheram uma equipe para patrocinar. Deve ser um dos melhores exemplos de “efeito manada”: quando várias empresas do mesmo segmento se sentem obrigadas a investir em um esporte porque as concorrentes estão nele.

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