Sem receberem, CSA e CRB se unem contra a Caixa

A decisão da Caixa Econômica Federal de não fazer o pagamento de alguns projetos de patrocínio esportivo deverá gerar o primeiro conflito na Justiça para o banco estatal. CSA e CRB, rivais alagoanos, vão se juntar para fazer uma representação à Caixa em Brasília para receberem a última parcela do contrato de patrocínio que venceu em 31 de dezembro de 2018. 

Em conversa com a Máquina do Esporte, executivos dos dois clubes confirmaram que irão à Justiça para receberem o valor que lhes é devido. Nas últimas semanas, diversos e-mails foram trocados com a superintendência regional da Caixa em Salvador (BA), responsável pela assinatura e gestão do contrato, mas sem sucesso.

Foto: Reprodução

Os dois clubes, então, decidiram que vão enviar uma representação a Brasília para tentar liberar a verba. Isso deve acontecer em 10 dias, após a disputa das finais do Campeonato Alagoano, que envolvem exatamente os dois grandes rivais.

“Vamos nos unir fora de campo para conseguirmos o que é nosso por direito”, afirmaram os dirigentes, durante meia hora de conversa sobre o caso.

A decisão de buscar a via judicial se deu após a Máquina do Esporte revelar que a Liga Nacional de Basquete (LNB) também está com atraso no pagamento de parcelas. O caso da liga é ainda mais grave, já que há um patrocínio em vigência até 2020.

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A Máquina do Esporte entrou em contato com a Caixa para saber o motivo pelo qual a empresa não arcou com as últimas parcelas das equipes. A empresa não negou o atraso e alegou que “os assuntos relativos aos patrocínios e seus desdobramentos são tratados diretamente com os proponentes ou patrocinados”.

Essa foi a mesma resposta dada pela Caixa à reportagem para o caso envolvendo o basquete. Desde que o banco estatal mudou de presidência, em janeiro, parou de fazer qualquer pagamento aos projetos de patrocínio esportivo. Com os clubes de maior torcida do país, porém, após algumas semanas de atraso, os pagamentos referentes a dezembro foram liberados. Atlético-MG, Bahia, Cruzeiro e Flamengo demoraram mais do que o habitual, mas tiveram os compromissos quitados.

Outro que ainda não recebeu da Caixa foi o Vitória. O clube baiano, porém, não conseguiu emitir a Certidão Negativa de Débitos (CND) com o governo e, por isso, não está apto a receber o dinheiro do patrocínio, que também acabou em 2018.

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Curiosamente, apenas as entidades esportivas patrocinadas pela Caixa têm enfrentado problemas para receber o valor do patrocínio. O Banco do Brasil e os Correios, que também investiam no esporte, cumpriram todos os acordos. O BB, inclusive, ainda mantém o contrato com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).

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