Em uma medida que causou polêmica entre os clubes, a Série B mudou os critérios de distribuição das cotas de TV da competição neste ano. A alteração impõe uma certa “meritocracia” na partilha do montante dos direitos de TV. A decisão aconteceu em reunião do Conselho Técnico dos clubes no Rio de Janeiro.
Até o ano passado, o valor era distribuído igualitariamente entre as equipes. Neste ano, por proposta de América-MG e Figueirense, que caíram da Série A no ano passado, haverá oito níveis de distribuição das cotas. Com a proposta, o time catarinense, 18º na elite em 2016, é quem irá embolsar o maior valor (R$ 6,4 milhões). Atrás dele vem Santa Cruz (R$ 6,2 milhões) e América-MG (R$ 6 milhões).
Internacional e Goiás, com contrato fixo com a Globo, não entram nessa partilha. Os gaúchos abocanham R$ 60 milhões, enquanto os goianos ficam com R$ 35 milhões.
Entre os “primos pobres”, Náutico (R$ 5,8 milhões), Londrina (R$ 5,6 milhões) e CRB (R$ 5,4 milhões) ficam com cotas maiores por conta da colocação obtida na Série B em 2016.
Os demais clubes que integraram a segunda divisão na temporada passada abocanham R$ 5,2 milhões. É o caso de Criciúma, Luverdense, Ceará, Brasil de Pelotas, Vila Nova, Paysandu, Paraná e Oeste.
“Ficou interessante. Levar em conta meritocracia é uma tendência no futebol. Também será interessante para estimular os clubes a conseguir uma colocação melhor nas últimas rodadas, mesmo que já não disputem nada [ascensão à Série A ou fuga do rebaixamento à C]”, afirmou Robinson de Castro, presidente do Ceará, que foi favorável à ideia.
Em um nível abaixo na repartição do butim de TV estão os times que ascenderam da Série C (Boa, Guarani, ABC e Juventude) terão direito a só R$ 4,1 milhões.
Entre os 18 clubes que discutiram a proposta, sete foram favoráveis e 11 contrários. Contudo, os votos dos times melhores colocados no último campeonato têm peso maior, daí a proposta ter sido aprovada.
“No meu entendimento, não houve uma análise técnica mais aprofundada em cima do que foi votado”, critica Sérgio Serra, presidente do Paysandu, que votou contra.
“E se formos examinar a meritocracia, é preciso estabelecer que critérios serão seguidos. O Paysandu ganhou a Copa Verde, o Juventude chegou às quartas de final da Copa do Brasil. Isso não foi levado em conta”, argumentou.