Shell muda foco e desenvolve projeto de base no automobilismo

Valdeno Brito e Ricardo Zonta, que são patrocinados pela Shell

“A gente percebeu que não adiantava ter o foco numa única categoria e ao mesmo tempo ver que não havia reciclagem de pilotos, que eles só trocavam de equipe, mas não vinham novos”.

Assim Vicente Sfeir, gerente de patrocínios da Raízen resume a guinada dada pela Shell no patrocínio ao automobilismo no Brasil. A empresa anunciou uma reformulação no investimento no esporte. Em vez de ser parceira da Stock Car, a Shell optou por manter apenas um time na categoria e voltar os olhos para a formação de talentos no Brasil.
A empresa passará a ter uma “Academia de Pilotos Shell Racing”, envolvendo desde jovens promessas do kart até pilotos mais experientes, como Ricardo Zonta, que já passou pela Fórmula 1 e hoje está na Stock.
“Não existe um investimento de empresas que tenham condições de alavancar um potencial piloto para uma carreira bem-sucedida”, afirma Sfeir.
A ideia do executivo é fazer com que a Shell assuma essa posição de liderança no mercado, incentivando pilotos a ficarem mais tempo no país antes de sair para tentar a carreira no exterior.
“Há 20 anos, ainda tínhamos ídolos que incentivavam os pais a investir na carreira dos pilotos. Hoje, não há ídolos e o automobilismo perdeu visibilidade”, crê.
A empresa fará investimentos via Lei de Incentivo ao Esporte e será a principal apoiadora do Super Kart Brasil, uma das principais competiões do kart no país. 
“Gostaria de estimular grandes empresas a fazerem isso agora. Não vejo isso como concorrência ou ideia copiada. O que estamos fazendo é algo para melhorar o automobilismo no país”, diz Sfeir.
O programa é formado pelos pilotos Yurik Carvalho e Gianluca Petecof (kart); Pedro Cardoso (F-3); Dennis Dirani (Brasileiro de Turismo) e a dupla Valdeno Brito e Ricardo Zonta (Stock).
Com a equipe na Stock Car, a expectativa da Shell é ampliar o envolvimento com o torcedor e, ainda, a exposição da marca. 
“Carro com uma boa performance dá um retorno maior do que simplesmente ser um grande patrocinador de um evento. Além da parte emocional com a torcida. Isso é diferente de ter uma placa estática num evento”.
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