O Vôlei Bauru apresentou, na última semana, um patrocínio que deverá colocar a equipe na elite do esporte brasileiro. O clube fechou com o Sesi-SP, o Serviço Social da Indústria, que tem em seu presidente o principal interessado na popularidade da entidade no Estado de São Paulo.
Paulo Skaf, presidente do Sesi-SP e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), é pré-candidato ao Governo do Estado desde maio deste ano. Ele concorrerá ao cargo pelo PMDB, após se posicionar enfaticamente contra o antigo Governo Federal, de Dilma Rousseff pelo PT. E, desde então, a presença do Sesi-SP no esporte, antes bastante focado em um time masculino e outro feminino na capital paulista, criados em 2009, tem sido ampliada pelo interior. .
Em Bauru, o plano é ousado. O Sesi-SP investirá R$ 5 milhões ao ano para formar um time profissional competitivo, em acordo que passa a valer para a temporada 2018/2019. No próximo ano, jogadores de base que treinam em Santo André também serão transferidos para o interior paulista para servir a equipe.
E o investimento não será apenas em jogadores. O Vôlei Bauru, que ganhará o Sesi no nome, deverá dispensar o ginásio Panela de Pressão, pertencente ao Noroeste, para ter sua própria arena. O novo patrocínio prevê a construção de um local para 5 mil pessoas, com um investimento de R$ 10 milhões.
Essa não foi a primeira investida de Skaf com o esporte no interior. Em maio deste ano, a entidade surgiu no Franca para levantar o popular time de basquete da cidade, que desde a saída da Vivo tem sofrido para conseguir um novo patrocínio forte.
Fora do esporte de alto rendimento, Skaf também aproveitou a agenda da Fiesp para inaugurar um ginásio e um campo em Cubatão. Na época, a Revista Veja chegou a questionar a Fiesp se seu presidente estaria usando a agenda da entidade para promover sua candidatura. A organização alegou que os eventos não têm relação com questões eleitorais.
A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo, por outro lado, não tem enxergado a questão da mesma maneira. Há duas semanas, o órgão abriu investigação contra o pré-candidato para apurar se Skaf estaria usando o Sesi-SP e a Fiesp para expor sua imagem como concorrente ao Governo do Estado.
A prática é ilegal. Pelo Tribunal Superior Eleitoral, os candidatos aos cargos executivos e legislativos do próximo ano só podem entrar em campanha a partir de agosto de 2018.