Sob dúvida, Guiné Equatorial dá pontapé inicial para Copa Africana de Nações

Wilfried Bony, de Costa do Marfim, em ação pelo Swansea

Em meio a muita polêmica em relação à epidemia de ebola que assola o continente, Guiné Equatorial dá início, neste sábado, à 30ª edição da Copa Africana de Nações. Argélia, Costa do Marfim, Gana e a renovada seleção de Camarões são as favoritas ao título.

O Marrocos inicialmente seria a sede da competição. No entanto, o país pediu à Confederação Africana de Futebol o adiamento do torneio para o meio do ano, temeroso que os jogos e o aumento do fluxo de turistas gerem um novo foco de propagação do vírus do ebola.

Fifa e CAF alegaram terem garantias da Organização Mundial da Saúde e negou o pedido marroquino. Com isso, o país foi destituído do direito de abrigar o evento, punido com a exclusão do torneio e uma nova sede foi anunciada a apenas dois meses do início da competição. Se não gerou epidemia de ebola, a competição já mandou o primeiro atleta para a enfermaria: Asamoah Gyan, de Gana, desfalca o time após pegar malária, típica doença tropical que assola a África no verão.

O regime do ditador Teodoro Obiang, que dirige com mão de ferro o país desde o golpe de Estado de 1979, é sustentado pela produção de petróleo. O país é denunciado regularmente por organizações de defesa de direitos humanos.

Com a exclusão do Marrocos, o país assumiu a ingrata tarefa de colocar o torneio de pé em escasso tempo. Uma das possibilidades que chegou a ser aventada pelos cartolas africanos foi programar o torneio para fora do continente, no Qatar, sede da Copa do Mundo de 2022.

Guiné Equatorial é uma pequena ex-colônia espanhola, com 28.000 km2 e 720 mil habitantes. Muitos duvidam do êxito do campeonato por conta do improviso. O país foi quem organizou a Copa Africana de 2012, dividindo a sede com o Gabão. Na ocasião, as partidas foram disputadas na capital Malabo, localizada na ilha de Bioko, e em Bata, no litoral. Ambas contam com infraestrutura adequada. A dúvida é em relação às demais sedes propostas. Ebibeyin, terceira maior cidade do país, e Mongomo, capital da província natal do presidente Obiang, que possui apenas 53 mil habitantes.

Em Mongomo será disputado um dos grupos mais difíceis da primeira fase, o C, que conta com Argélia, Gana, África do Sul e Senegal. Alain Giresse, ex-jogador da França e técnico de Senegal, já expressou inquietação com a infraestrutura hoteleira e de treinamento da cidade, próxima à fronteira com o Gabão.

Outra chave difícil é a D, com Costa do Marfim, Camarões, Mali e Guiné. O time marfinense terá a presença de Gervinho, Kolo Touré, Yaya Touré e do atacante Wilfried Bony, recentemente contratado pelo Manchester City junto ao Swansea. Os “Elefantes”, como são chamados, porém, só conquistaram o título em 1992. Desde então, colecionaram fracassos, incluindo dois vice-campeonatos em 2006 e 2012. O time já não conta mais com o veterano atacante Drogba, de 36 anos.

Primeira seleção africana no ranking da Fifa, na 18ª posição, a Argélia é outra seleção que ambiciona com o título. O time conta com atletas que despontaram na Copa do Mundo de 2014, quando a equipe chegou às oitavas de final. É o caso de Mbolhi, Feghouli, Brahimi e Slimani.

Gana, dirigida pelo israelense Avram Grant, aposta nos irmãos André e Jordan Ayew, filhos do ex-jogador Abedi Pelé. Ambos jogaram o Mundial do Brasil. Já Camarões não conta mais com Samuel Eto’o e Alex Song, mas aposta em um grupo jovem liderado pelo goleiro Fabrice Ondoa, que atua pelo Barcelona B. Tunísia e Senegal correm por fora. 

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