Em 2013, quando o Flamengo alcançou a final da Copa do Brasil, seu programa de sócios deu um grande salto. Em busca de vantagens para comprar o ingresso para a partida decisiva, os torcedores se afiliaram ao programa, que se tornou um dos mais populares do país. Meses depois, porém, com o time campeão, mas eliminado da Libertadores, o que se viu foi uma debandada dos associados.
Neste ano, os clubes parecem ter conseguido alcançar um novo status em seus programas de associados. Os últimos meses mostram que a associação de torcedores aos clubes depende cada vez menos do momento vivido por ele dentro de campo.
Recentemente, o “torcedômetro”, que mede o número de associados de cada clube que participa do Movimento por um Futebol Melhor passou a marca de 1,1 milhão de pessoas, pouco mais de um mês após o programa ter alcançado o primeiro milhão de torcedores cadastrados.
A curva ascendente de sócios está ligada a dois fatores. Um é a promoção que os clubes têm feito de seus programas aos torcedores. Cada vez mais ações de marketing são feitas com exclusividade para os associados. Jantar com atletas, perfilar com time em campo, compra de ingressos, etc.
O outro fator é justamente o mecanismo do programa idealizado e desenvolvido pela Ambev para criar o “clube dos torcedores”. O Movimento conta hoje com 13 empresas parceiras que oferecem uma série de descontos aos sócios-torcedores. E o grupo tem crescido. Nos últimos meses, por exemplo, Easy Táxi, Centauro e Meliuz se uniram ao programa.
Se utilizar de forma completa o programa de descontos, o torcedor consegue sair no lucro ao se associar ao clube, graças ao cada vez maior número de parceiros.
Com essas mudanças, mudou também o comportamento do público. E alguns casos curiosos aconteceram. O Cruzeiro, após ser bicampeão brasileiro, começou 2015 com 49 mil sócios-torcedores. A boa fase, no entanto, chegou ao fim e, hoje, o time está na parte de baixo da tabela. Ainda assim, sua curva foi ascendente, e o número de sócios está em 72 mil. O clube fez ação para associar torcedores até nos Estados Unidos, como mostra a foto.
O São Paulo, por exemplo, tem passado pela maior crise política da história. Nos últimos três meses, foram quase 3 mil novos sócios cadastrados pelo clube.
Até mesmo o líder do ranking, que não faz uma grande temporada, tem ganhado sócio. O Internacional parou de ter grandes saltos após a eliminação da Libertadores, mas o fato não fez a equipe perder membros. Ao contrário, ganhou mil novos associados entre junho e outubro.