O assunto era a crise. O tom do discurso, de campanha. Nesta segunda-feira, em evento para apresentação do carro que a Eurofarma/RC usará na temporada 2009 da Stock Car, Carlos Col, presidente da empresa que organiza a categoria, foi interpelado várias vezes. Não para falar sobre as novidades da equipe, mas para repetir palavras sobre o quanto a competição sofrerá em tempos de recessão mundial. Col concedeu entrevista coletiva durante a apresentação da equipe Eurofarma/RC, reforçada pelos pilotos Max Wilson e Ricardo Maurício (atual campeão da Stock). E abriu seu pronunciamento repetindo o que havia dito para jornalistas individualmente: ?Todos me perguntaram sobre a crise na categoria. O que eu posso dizer é que ela não será credenciada. Não daremos acesso à crise nas nossas corridas?. O esforço para minimizar o receio norteou todas as respostas do presidente da Vicar. Afinal, as principais categorias do automobilismo mundial, como a Fórmula 1 e a Nascar, foram sensivelmente afetadas pela crise econômica. E a Stock, expoente do segmento no Brasil, também sente os respingos. Empresas como Medley e Goodyear reduziram seu aporte na categoria, e a Mitsubishi retirou inteiramente a participação. O grid, que terá 32 carros, ainda tem seis vagas indefinidas. ?Não vamos passar por esse momento sem sofrer arranhões, mas a crise acontece em um momento muito saudável para a Stock Car. Temos uma estrutura consolidada e um modelo que sobreviverá normalmente?, discursou Col. A primeira justificativa para a confiança do dirigente é o investimento. Segundo ele, a despeito da retração de algumas empresas, a Stock não sofrerá corte nas receitas em 2009. Além disso, Col apoiou-se em diferentes argumentos para minimizar os problemas. ?Historicamente, o grid só se fecha dez ou 15 dias antes. Não temos receio sobre isso, e acreditamos que teremos uma formação completa?, explicou. ?Quanto à Mitsubishi, trata-se de uma decisão que não tem qualquer relação com a crise. Eles já atingiram o limite do plano de marketing, e agora buscamos outra grande montadora para juntar-se à categoria em 2010?, completou o presidente da Vicar. Nenhum dos argumentos foi mais recorrente, entretanto, do que a aposta no modelo econômico da Stock. ?A categoria nasceu como uma competição de custo baixo, com um perfil de investimento reduzido. Sempre trabalhamos com padrões para motor e pneus, por exemplo. Isso garante a racionalização das receitas e a competitividade?, apontou Col. Ainda que o histórico de custos reduzidos seja usado como bandeira, a Stock terá novidades nesse sentido em 2009. Em outubro, a categoria realizou uma reunião com representantes de equipes para discutir medidas a fim de diminuir a possibilidade de a crise funcionar como impeditivo para a competição. O encontro definiu o fim de alguns componentes reservas, por exemplo. A partir de agora, a organização terá um estoque central e disponibilizará peças a todos os participantes. ?Também mudamos os treinos, que só poderão ter um carro de cada equipe na pista por vez. Isso gera uma concentração maior naquele piloto, mas reduz a necessidade de um time grande. Criamos componentes lacrados, como o c”mbio com diferencial. Trabalhamos muito para que o custo da categoria ficasse ainda menor?, finalizou Col, que espera um corte médio de R$ 400 mil por escuderia em relação à temporada 2008.
Stock evita crise e planeja manter planos
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