Streaming se adapta e repete modelo de TV paga no mercado

Mais de dois anos após a entrada do DAZN no streaming europeu, com a compra dos direitos da Champions League na Alemanha e na Áustria, o mercado parece ter achado um meio de adaptar a pulverização da mídia via internet. E a solução é similar ao que foi o modelo que consagrou a TV paga. 

Os principais canais que oferecem conteúdo via streaming, em vez de apenas desenvolverem sistemas próprios de aplicativos para o público assinar seu serviço, têm buscado parceiros para plugar os canais via streaming. E vice-versa.

Nesta segunda-feira (2), o mesmo DAZN anunciou um acordo com a Sky Italia. Vai colocar, dentro do pacote de canais da operadora, a transmissão de três jogos da Serie A italiana por rodada e dois jogos da Serie B. Em troca, a Sky pagará uma verba para o DAZN. O acordo foi feito para, além de gerar mais receita ao DAZN, reduzir o impacto negativo da oferta exclusiva de jogos via streaming. Muitos municípios na Itália possuem baixa qualidade de acesso à internet, o que tem gerado reclamação por parte dos italianos de não conseguir ver jogos de suas equipes.

Foto: Reprodução / Sky

No Brasil, o processo tem sido o inverso. O DAZN, antes de lançar sua plataforma, até buscou parceria com a RedeTV!. Agora, com o serviço montado, tem buscado alternativas para atrair assinantes, mas sem romper a barreira da internet. Já os principais canais de esporte têm procurado parceiros na internet para vender o serviço de streaming. A pioneira nessa estratégia foi a ESPN, que há dois anos começou a plugar o serviço Watch em diversas operadoras de internet. Depois dela, o EI Plus e o Fox Sports Premium começaram a seguir esse modelo.

Hoje, o serviço que começa a querer crescer é o oferecido pelo UOL. Da mesma forma que uma operadora de TV por assinatura, o provedor de serviços na internet criou o “UOL Esporte Clube”, um plano de assinatura mensal em que a pessoa paga para ter acesso a ESPN, EI e Fox Sports. O UOL repassa parte do que arrecada com o serviço para as empresas, exatamente como é o modelo de TV paga.

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Nos Estados Unidos, o YouTube adotou esse tipo de serviço para concentrar todas as ofertas de streaming dos canais lineares de TV. O serviço YouTube TV custa US$ 49,99 por mês e dá acesso a mais de 70 canais, exatamente como é na TV paga. Por aqui, esse serviço ainda não está disponível, mas mostra que o caminho que o streaming começa a adotar pelo mundo é muito similar ao que, há 30 anos, consolidou o modelo de TV paga. A tendência é a pulverização não ser tão ampla.

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