O ex-velocista Frankie Fredericks, demitiu-se nesta terça-feira (dia 7) do cardo de presidente da Comissão de Avaliação do COI (Comitê Olímpico Internacional) das candidatas aos Jogos de 2024. O dirigente da Namíbia é suspeito de ter recebido propina para a eleição do Rio de Janeiro a sede da Olimpíada de 2016.
“Pedi demissão por entender que o trabalho realizado pelos meus colegas deve ser visto de forma justa e imparcial”, afirmou Fredericks, em comunicado oficial.
No documento, o dirigente nega a participação “direta ou indireta” em algum ato de “conduta inapropriada” e afirma que nunca violou nenhuma regra do COI.
O jornal Le Monde, da França, divulgou, na sexta-feira passada (dia 3), que uma conta de Fredericks nas Ilhas Seychelles teve depositada uma verba de US$ 299.300 no mesmo dia em que o Rio foi escolhido sede dos Jogos, em Assembleia Geral do COI realizada em Copenhague, na Dinamarca.
De acordo com a publicação, a verba teria sido depositada por uma empresa de Papa Massata Diack, filho do ex-presidente da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo), Lamine Diack. O empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, ligado ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, teria depositado US$ 1,5 milhão em conta de Papa Massata três dias antes da eleição. O depósito foi feito pela holding Matlock Capital Group, das Ilhas Virgens Britânicas
Atualmente, Lamine está em prisão domiciliar na França por conta de investigação sobre acobertamento de doping de atletas da Rússia durante sua gestão. Papa Massata é procurado pela Interpol.
Fredericks respondeu às suspeitas dizendo acreditar na lisura da eleição do Rio. “Acredito na integridade do processo de eleição do COI e nunca houve nada que me fizesse duvidar disso. Reitero que nunca estive envolvido em alguma manipulação de voto, prática ilegal ou inapropriada”, afirmou.