Título consagra gestão profissional do Grêmio

O Grêmio acabou com um jejum de 15 anos e voltou a celebrar um título nacional. O time empatou com o Atlético-MG e se tornou o maior vencedor da Copa do Brasil, em quarta-feira marcada por diversas homenagens à Chapecoense. A conquista gremista consagrou a linha adotada pelo presidente do clube, Romildo Bolzan Júnior, que há um mês foi reeleito para o cargo.

Romildo foi eleito em 2014, apoiado pelo então presidente Fábio Koff. Mas, diferentemente de seu antecessor, o atual mandatário focou em secar as despesas do time e tornar as finanças mais sustentáveis. O resultado foi uma maior aposta em atletas da base e a dispensa de medalhões, com salários altos. Somente no primeiro ano, a folha salarial do Grêmio foi reduzida em cerca de 40%. Por outro lado, nomes como Wallace e Luan se tornaram astros do time e do futebol nacional.

A saúde financeira do time, focada nas regras do ProFut, seria mais difícil de ser alcançada caso o time não tivesse implementado uma hierarquia profissional. Hoje, o Grêmio funciona com um conselho de administração, formado basicamente por dirigentes do clube, eleitos. O grupo avalia e dá o aval para uma equipe de profissionais contratados, que administram os diversos departamentos do Grêmio. É um modelo semelhante ao que o São Paulo votou na última e irá aplicar nos próximos meses.

Com Romildo, o grupo de profissionais ganhou um CEO, um dos poucos casos no futebol brasileiro em que um profissional do tipo conseguiu ser bem-sucedido. A escolha foi por Gustavo Zanchi, que assumiu o posto em janeiro de 2015, junto com o presidente do time. Antes, Zanchi era diretor comercial da Tigre, marca de tubos e conexão.

Talvez o melhor exemplo da importância dada pela direção gremista a um processo profissional dentro do clube tenha sido a contratação da empresa de tecnologia SAP. O sistema da companhia, que visa tornar os processos de administração mais eficientes, foi implantado no último ano. No início de 2016, ele passou a operar de fato. Para que isso fosse possível, o Grêmio investiu R$ 3,5 milhões na contratação dos serviços. 

A linha de gestão foi suficiente para o clube vencer uma crise técnica e política antes das eleições, que derrubou o treinador Roger e alguns dirigentes. Ontem, houve a consagração.

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