Torcida é furtada e fica sem ingresso, mas Fifa se recusa a reimprimi-lo

Nem mesmo uma ordem judicial fez com que a Fifa mudasse as regras criadas sobre o sistema de ingressos para a Copa do Mundo.

Na última segunda-feira (23), a reportagem da Máquina do Esporte flagrou torcedores que foram furtados nas imediações da Arena Corinthians tentando, em vão, reimprimir seus ingressos e, assim, poder assistir à vitória da Holanda sobre o Chile.

Cerca de 20 pessoas estavam no Centro de Ingressos da Fifa instalado ao lado da Arena de São Paulo, com Boletim de Ocorrência relatando o furto e o comprovante de que eram os donos dos ingressos. Os funcionários que estavam cuidando do setor afirmavam que seria impossível reimprimir os bilhetes.

A designer Lucila Gomes, de 30 anos, era uma dessas pessoas. Ela obteve ordem judicial mandando a entidade reimprimir o bilhete, mas a decisão do juiz não foi acatada pela Fifa. Sem alternativa, ela e os demais torcedores foram embora ao término do primeiro tempo, do lado de fora do estádio.

Em comunicado, a Fifa diz que “está cada vez mais preocupada com a grande quantidade de casos de ingressos roubados ou perdidos que estão sendo relatados nos estádios”, mas afirma que nada pode fazer.

“Por razões de segurança operacional, a FIFA não substituirá ou reimprimirá ingressos em nenhum dia, principalmente em dias de jogos”, diz o comunicado.

A intransigência da Fifa em relação à reimpressão dos bilhetes foi causada após o jogo de abertura, entre Brasil e Croácia. Na ocasião, cerca de 50 pessoas alegaram terem sido furtadas e pediram a reimpressão dos bilhetes. A Fifa descobriu que boa parte deles era fraude, e as pessoas tinham usado esse artifício para entrar com mais gente no estádio.

Os torcedores furtados no último dia 23 afirmavam que o crime havia acontecido no trajeto entre a estação de metrô Corinthians-Itaquera e a entrada no estádio. Nessa área, a segurança no local é híbrida, sendo feita por policiais militares e seguranças contratados pela Fifa. Dentro do “perímetro Fifa”, que é onde só se pode entrar portando ingresso ou credencial de trabalho, apenas os seguranças privados atuam.

Os torcedores relataram que foram solicitados por algumas pessoas a mostrarem o ingresso. Quando fizeram isso, outra pessoa passou correndo e levou o bilhete. A Fifa afirma que “um bilhete é um item de alto valor e, como tal, deve ser cuidado como se fosse dinheiro”.

Sair da versão mobile