Toronto não cumpre promessa de Jogos baratos, estoura orçamento e mira candidatura olímpica

Vista aérea do Parque Olímpico de Toronto erguido para o Pan

Após o final do Pan-Americano de Guadalajara, em 2011, os organizadores de Toronto prometiam realizar uma edição ainda mais econômica do evento. A cidade mexicana gastou 28% a menos do que o Rio de Janeiro-2007.

Os canadenses, por sua vez, projetavam investimentos, à época, em R$ 2,4 bilhões, o que tornaria o Pan do Canadá mais de 30% mais barato do que a edição da capital fluminense, recordista de gastos até então.

Quatro anos depois, a promessa não foi cumprida. Toronto-2015 estourou em mais de 150% sua previsão de gastos inicial, a maior parte deles pagos pela prefeitura ou pelo governo de Ontário, atingindo um montante de R$ 6,5 bilhões. Patrocinadores privados bancaram apenas 30% desse custo, para a revolta da população local.

Alguns fatores ajudaram para que o orçamento sofresse contínuos aumentos. Inicialmente, estava prevista a construção de cinco novas arenas. No final, foram inauguradas dez instalações esportivas.

O Canadá tem história em estouro de orçamento. Na primeira vez em que o país sediou uma Olimpíada, em Montréal-1976, os gastos se tornaram estratosféricos, gerando um prejuízo de US$ 2 bilhões que só foi quitado pela prefeitura da cidade 30 anos depois. O país não contava com o aumento excessivo nos custos com segurança após ação terrorista nos Jogos de Munique-1972 que matou 11 integrantes da delegação de Israel.

Quase 40 anos depois dessa malfadada experiência, o aumento dos custos de Toronto também tem uma “razão olímpica”. A maior cidade canadense quer utilizar o Pan-Americano para catapultar sua candidatura aos Jogos Olímpicos de 2024.

As cidades têm até 15 de setembro para apresentar suas propostas ao Comitê Olímpico Internacional. Por ora, Paris, Roma, Boston, Hamburgo e Budapeste são as candidatas.

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