O Tour do Rio terá início nesta segunda-feira após uma série de complicações na organização, que teve como consequência o corte de metade dos participantes. A grande questão foi a desistência do Ministério do Esporte em repassar valores de convênio, que envolvia passagem, hospedagem, alimentação e transporte.
Segundo relato da diretora do Tour do Rio, Luísa Jucá, à Máquina do Esporte, o relacionamento com o Ministério do Esporte sempre foi bom até o ano passado, quando a organização resolveu abrir mão de parte da verba da Lei de Incentivo para colocar na condição de convênio nos quatro itens citados.
Em 2013, o convênio não saiu por burocracias, e a organização ficou com dívida acumulada. Neste ano, a estratégia foi repetida, com a compensação pelo valor perdido no ano anterior. “Faltando uma semana, alegaram que houve um novo decreto e simplesmente não houve convênio. Tenho que pôr até familiares meus nos transportes porque não temos dinheiro”, contou Luísa Jucá.
Segundo a organização, o Tour do Rio captou R$ 1,9 milhão em Incentivo ao Esporte, com o Bradesco como patrocinador máster. Na conta do convênio, estava previsto R$ 1,7 milhão, que nunca chegou. A solução foi cortar metade da organização para não sair com um prejuízo maior.
A dois anos dos Jogos Olímpicos, Luísa Jucá se revoltou com a falta de apoio. “Temos um evento reconhecido internacionalmente; no aspecto técnico, nós vamos arrebentar. Mas a nem a prefeitura do Rio coloca R$ 1”, desabafou.
Procurado pela reportagem, o Ministério do Esporte soltou uma nota oficial, reproduzida na íntegra:
“A organização do Tour do Rio 2014 conta, sim, com apoio público federal, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. O montante captado foi de R$ 1,5 milhão.
Sobre repasse direto à organização do evento, na chamada pública para convênios com instituições privadas aberta pelo Ministério do Esporte no final de 2013, a Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro protocolou projeto para receber R$ 1,5 milhão para financiamento do Tour. O projeto foi selecionado, mas houve necessidade de a federação complementar a documentação exigida, o que foi feito, mas não a tempo de oficializar o convênio no prazo regulamentar para liberação dos recursos antes do evento.
O Ministério lamenta a situação, mas não pode abrir mão de cumprir todos os trâmites legais e administrativos.”