TV americana mostra força em Copa mesmo sem seleção

Em outubro de 2017, quando a seleção dos Estados Unidos perdeu para Trinidad & Tobago e ficou fora da Copa do Mundo na Rússia, uma enorme desconfiança foi aberta no mercado americano. A Fox, que gastou US$ 400 milhões para ter o Mundial até 2026, chegou a prever perdas de US$ 20 milhões em publicidade. Mas, com a bola rolando, o cenário tem sido bem diferente.

O mercado americano tem demonstrado força além da torcida de sua própria seleção. A Telemundo, que comprou os direitos em espanhol para o país, vendeu todas as suas cotas de publicidade. O maior problema estava na Fox, em inglês. Mas, segundo publicou a revista Forbes nesta semana, a ausência da seleção americana não surtiu o efeito esperado, e a emissora tem tido o rendimento desejado com publicidade.

Foto: Reprodução

Segundo a revista, há dois fatores que podem explicar o bom desempenho. O primeiro está na falta de capacidade dos Estados Unidos em disputar o título, o que torna a audiência média mais interessada no esporte em si do que na torcida pelo país. Quando o time não joga, faz pouca diferença.

O outro fator está relacionado às ligas locais. Tanto a NBA (liga de basquete) quanto a NHL (liga de hóquei) tiveram finais curtas; no basquete, a disputa acabou nos quatro primeiros jogos. Sem os eventos extras no último mês, sobrou verba para investir em outra transmissão esportiva. Nesse caso, a Copa do Mundo.

De qualquer jeito, as audiências têm sido positivas. Até agora, duas partidas passaram de 4 milhões de espectadores: Brasil x Suíça, a recordista até o momento, e México x Alemanha. Em comparação, a Fox não transmitiu o Mundial no último domingo na televisão aberta porque preferiu exibir a final do Aberto dos Estados Unidos de Golfe. O torneio registrou 2,9 milhões de audiência.

Não dá para dizer, por outro lado, que a emissora não sente falta da seleção americana. Tanto em 2010 quanto em 2014, o time americano rendeu audiências superiores a 10 milhões de pessoas em jogos da Copa do Mundo.

Curioso é como as marcas têm usado essa ausência. Assim como parte da mídia, o que inclui a Fox, algumas empresas têm ajudado na escolha de torcida para os americanos. Principal anunciante da emissora durante o Mundial, a Volkswagen tem mostrado diversas nacionalidades pedindo apoio. Para o Brasil, por exemplo, uma mulher abre um porta-malas cheio de taças. “Cabe mais uma”, diz a personagem.

Outro que resolveu seguir essa linha foi a seguradora Wells Fargo, que chamou o ex-jogador americano Landon Donovan para prestar apoio ao México. Mas, nesse caso, gerou polêmica. Outros jogadores reclamaram publicamente da atitude do atleta em prol do vizinho rival.

Ressalte-se: polêmica típica de um mercado interessado na Copa do Mundo. Um bom sinal para 2026.

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