Um comunicado divulgado no último domingo pela Federação Francesa de Tênis (FFT) sobre a venda dos direitos de transmissão da edição de 2014 de Roland Garros para o território francês virou a nova arma da entidade para forçar ainda mais a aprovação do projeto de reformulação do complexo de quadras parisiense.
Organizadora do Grand Slam, a FFT trava uma árdua batalha com a prefeitura local para fazer com que o projeto do novo Roland Garros seja aprovado. No último ano, as obras foram vetadas por conta do desmatamento que provocaria na região em que estão localizadas as quadras, próximas ao Jardin des Serres d”Auteuil, uma espécie de jardim bot”nico.
No comunicado, a FFT afirmou que a escolha do novo detentor dos direitos de transmissão de Roland Garros será a emissora que fizer a melhor proposta comercial, independentemente do sistema de transmissão que ela tem (canal aberto ou fechado). Nos últimos meses, a entidade tem sido duramente criticada por ameaçar tirar a transmissão do Grand Slam francês da TV aberta.
“A venda dos direitos de TV, dentro do sistema de gestão da FFT, é usada para ajudar no desenvolvimento esportivo e territorial do tênis francês, ao financiamento de infraestrutura e à geração de empregos”, afirmava o documento entregue à imprensa presente em Roland Garros.
De acordo com a federação, isso significa que ela aceitará a proposta “que for mais interessante ao interesses do tênis francês, de sues 8 mil clubes e 1,1 milhão de tenistas”.
Há quase 30 anos Roland Garros é transmitido pela France Télévisions, empresa de TV aberta e com grande participação acionária do estado francês. Recentemente, o canal fechado M6 anunciou que aceitaria liberar o sinal de transmissão dos jogos desde que o preço a ser pago por ele pelos direitos fosse o mesmo desembolsado pela FT.
A FFT, por sua vez, quer usar a verba arrecadada com a TV para conseguir tirar do papel a obra de modernização do complexo de Roland Garros. Como ficará responsável por cerca de 80% dos custos, a entidade precisa aumentar o faturamento. E não esconde isso no comunicado oficial:
“Nos próximos anos é indispensável a modernização do estádio de Roland Garros, cujas obras serão em grande parte financiadas pela FFT”, dizia o texto.