Em 2018, pelo segundo ano consecutivo, a Máquina do Esporte esteve presente na final da Liga dos Campeões. E, se tem uma conclusão a ser tirada disso, é que presenciar tudo que é feito pela Uefa para o jogo chega a dar dó da nossa maior competição continental, a Copa Conmebol Libertadores.
Na semana que antecede a final, a cidade-sede na Europa é simplesmente transformada. Para a Uefa, o local escolhido precisa respirar a final. E, de fato, respira. São ativações por todos os lados, seja da própria Uefa, seja dos patrocinadores.
Além disso, a entidade lembra a todo momento a história da competição e os craques do passado, e sabe vender seu produto comercialmente. A começar por montar uma imensa loja oficial, com diversas opções de souvenirs da partida.
Para os patrocinadores, ainda há um espaço ao lado do estádio a ser usado antes do jogo que serve para que os convidados tenham uma experiência incrível. Experiência incrível, aliás, que qualquer um que está na cidade tem. Os que gostam de futebol nem se fala. Mas até os que não gostam, por conta de shows em um palco montado dentro do Champions Festival na rua principal da cidade e ativações dos mais diversos tipos que deixam a cidade mais alegre e mais vibrante.
A confiança é tão grande no que faz que a Uefa estende tudo isso até o domingo, um dia após a final. Nada é retirado ou desmontado, e os habitantes e os turistas podem aproveitar ao máximo mais um dia de festa. O domingo foi o dia mais lotado no centro de Kiev, local onde ocorreu a maioria das ativações para a final.
E a final da Libertadores? A não ser pela empolgação das torcidas das equipes na frente do estádio pouco antes do jogo, não parece nem que se trata de uma final.
Pergunte ao torcedor do Grêmio, campeão em 2017, o que ele viu em Porto Alegre, que tenha sido feito pela Conmebol, na semana do jogo contra o Lanús.
Em 2018, a luz no fim do túnel, no entanto, parece ter começado a brilhar. A decisão da Conmebol de transformar a final da Libertadores em jogo único a partir de 2019 pode ser um primeiro passo. A entidade, contudo, precisa ter em mente que a América do Sul está bem longe do poder socioeconômico da Europa e que não se pode tirar as características que só a Libertadores tem e que a fazem ser única.
Não será possível copiar a Liga dos Campeões em tudo. E nem é isso que se deve fazer mesmo. O que a Conmebol precisa é perceber que tem um produto fantástico nas mãos e que passou da hora de usá-lo da melhor forma possível.
*O repórter viaja a convite da Nissan