O Comitê Executivo da Uefa anunciou nesta terça-feira (26) que alterou a regulamentação em relação à distribuição de bebidas alcoólicas dentro dos estádios em jogos que estão sob jurisdição da entidade. Modificado, o artigo 36 agora permite que se vendam tais bebidas a partir da temporada 2018/2019.
De acordo com a Uefa, os torneios contemplados com a mudança são Liga dos Campeões, Liga Europa, Supercopa da Uefa e os campeonatos europeus. Há, porém, uma condição: as leis locais e nacionais terão que ser cumpridas. Isso quer dizer que, se determinada cidade ou país proibir a venda, essa será a regra a ser seguida.
“O organizador do jogo só pode vender ou distribuir álcool dentro do estádio ou em seus arredores privados se estiver dentro dos limites permitidos pela legislação nacional e local, conforme aplicável de tempos em tempos”, afirma a emenda na regulamentação da Uefa.
“Durante muito tempo os torcedores de futebol se sentiram injustamente tratados em comparação com torcedores de outros esportes como o rúgbi, para dizer o mínimo. Não há absolutamente nenhuma evidência ou pesquisa para sugerir que proibir o álcool em um estádio tenha qualquer influência na prevenção ou redução da desordem relacionada ao futebol dentro e ao redor dele”, declarou Ronan Evain, CEO da Football Supporters Europe (FSE), rede de fãs de futebol formalmente estabelecida como uma associação sem fins lucrativos.
A alteração surge realmente depois de diversos pedidos de clubes, torcedores e patrocinadores. Na imprensa europeia, especula-se que o sucesso da venda de cerveja nos estádios da Copa do Mundo da Rússia ajudou e apressou a mudança de pensamento da Uefa. É bastante comum ver torcedores nas arquibancadas com o copo colecionável da Budweiser, patrocinadora do Mundial, nas transmissões de TV.
No caso da principal competição europeia, a Liga dos Campeões, quem agradece a mudança é a Heineken, patrocinadora histórica do torneio. Até a última temporada, bebida alcoólica era permitida apenas em camarotes e áreas VIP. Agora, a marca holandesa enxerga uma exposição e um faturamento bem maiores para os próximos anos.