A Under Armour fechou o primeiro semestre de 2018 com prejuízo de quase US$ 125,8 milhões, número dez vezes maior que o atingido no mesmo período do ano passado. A explicação dada pela marca americana é que o plano de reestruturação aplicado para corrigir as tendências negativas dos últimos meses foi “maior que o esperado”.
De acordo com a Under Armour, a empresa “identificou maiores oportunidades” e, para isso, foi decidido que seriam implementadas “iniciativas adicionais de reestruturação”. A atitude, claro, teve impacto econômico. O plano, que antes era de gastar entre US$ 110 e US$ 130 milhões, passou para algo entre US$ 190 e US$ 210 milhões.
Os principais gastos no plano de reestruturação são com arrendamentos e instalações de leasing, além de rescisões antecipadas de contratos, perdas com estoque e depreciação de outros ativos.
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“Durante o primeiro semestre de 2018, nossa transformação em direção a uma empresa operacionalmente excelente está avançando, ao mesmo tempo em que ampliamos o poder da marca Under Armour”, declarou o fundador, presidente e CEO da Under Armour, Kevin Plank.
“As melhorias contínuas em nossa estrutura, sistemas e processos de marketing em todo o nosso negócio global nos posicionam melhor para conduzir um caminho mais consistente e previsível para nossos consumidores, clientes e acionistas de longo prazo”, divulgou a marca, em nota oficial.
A boa notícia é que, apesar do prejuízo registrado, a quantidade de vendas da marca aumentou. Foram quase US$ 2,4 bilhões, um crescimento de 6,7% no primeiro semestre do ano. Uma análise mais profunda, no entanto, deixa claro o quanto a marca depende do mercado americano: dos US$ 2,4 bilhões, pouco mais de US$ 1,7 bilhão foram conquistados nos Estados Unidos, um aumento de 0,6% nas vendas no país.
Uma estratégia adotada para tentar maximizar as vendas “fora de casa” tem sido aumentar o número de lojas no exterior. Entre junho de 2017 e junho de 2018, a quantidade saltou de 89 para 126 estabelecimentos fora dos EUA. Dentro do país, ao contrário, caiu de 179 para 176 lojas.
A atitude teve uma repercussão interessante. Na região que compreende Europa, Oriente Médio e África, houve aumento de 27,1% nas vendas, chegando a US$ 262,8 milhões. Na Ásia-Pacífico, o crescimento foi de 34,5% (US$ 241,2 milhões) e na América Latina subiu 14,1% (US$ 87,3 milhões).
Vale lembrar que, no Brasil, a Under Armour divulgou no início do mês que estava prestes a ter sua gestão assumida pela Vulcabras Azaleia, dona da Olympikus, no país. A transferência funcionaria, na prática, como uma mudança significativa do projeto de atuação da marca no Brasil desde que entrou no mercado, há cinco anos.