O imbróglio envolvendo governo federal e Fifa em torno da Lei Geral da Copa, conjunto de normas que vai regulamentar uma série de particularidades do Mundial de 2014, ainda está longe de ser encerrado. Contudo, a entidade já admitiu ceder em pelo menos um ponto: a meia-entrada para idosos.
Nesta terça-feira, o jornal “Folha de S.Paulo” publicou entrevista exclusiva com o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. No bate-papo, o dirigente admitiu fazer uma concessão e permitir que o país mantenha a venda de meia-entrada para pessoas idosas.
Valcke foi taxativo, porém, quanto a outros aspectos da Lei Geral da Copa. Segundo ele, a Fifa não abrirá mão no caso do veto à comercialização de meia-entrada para estudantes.
“Quando a presidente Roussef disse que há a lei para proteger as pessoas acima de 65 com meia-entrada, eu disse a ela: eu não quero mudar essa lei. Estamos bem. Vamos trabalhar para que todas as pessoas acima de 65 anos ou 60 anos, não lembro bem, tenham acesso à meia-entrada. Mas, ao mesmo tempo, temos que ter certeza de que não estamos enfrentando um número de comunidades que tenham acesso à meia-entrada, seja lá quem eles sejam: doadores de sangue, estudantes, ex-jogadores, etc. Então, temos que trabalhar em um ingresso da categoria 4 [a mais barata da Copa] que não é só para esses grupos, mas acesso para todos os brasileiros que não podem pagar muito pelos ingressos. Mas que todos os brasileiros, não só esses grupos, possam ter acesso a um novo tipo de categoria, como tivemos na África do Sul, de preços de ingressos”, disse o secretário-geral.
Na mesma entrevista, o dirigente admitiu preocupação com o calendário apertado de intervenções no Brasil para a Copa do Mundo de 2014. Também explicou que a ideia de uma competição regionalizada foi abandonada para que todas as pessoas do país tivessem acesso ao evento.
Valcke ainda disse ter lido na imprensa brasileira que Luciana Santos, ex-prefeita de Olinda, será a nova interlocutora da Fifa no Ministério do Esporte. Entretanto, a informação não é oficial e o próprio secretário-geral da entidade citou apenas a mídia local como fonte.
“Acho que precisa uma pessoa, que teve na África do Sul, que seja capaz de ter contato em todos os setores da organização da Copa. Que poderia entrar em contato com as pessoas certas. Não temos tempo para pensar duas vezes. A Copa é amanhã. Precisamos ter certeza de que trabalhamos com uma pessoa. Não dá para dizer vamos organizar amanhã. Se há uma questão, temos que resolver no dia da questão”, encerrou Valcke.