Veto reabre debate por custeio de arenas

Em última inst”ncia, quem vai pagar a conta de arenas para a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil? Anunciado na última quarta-feira, o veto da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do comitê organizador local (COL) ao Morumbi, estádio escolhido por São Paulo para representar a cidade no torneio, reaqueceu um debate sobre esse tema. Pouco depois de a decisão ter sido anunciada, nota emitida pela Secretaria de Comunicação do Estado de São Paulo, endossada pela prefeitura, rechaçou a possibilidade de usar dinheiro público para a construção de uma nova arena na região. O governo federal também se eximiu. Em entrevista coletiva concedida em Johanesburgo, na África do Sul, o ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, passou a responsabilidade ao comitê local. ?O governo federal assinou um termo com a Fifa e se comprometeu a cumprir 11 exigências para realizar a Copa do Mundo, mas nenhuma delas era relacionada a estádios. Isso consta de um documento que as cidades acertaram com a Fifa. Portanto, é uma responsabilidade da região?, explicou o ministro. Segundo Silva Júnior, o governo federal foi procurado no início do ano passado por representantes das 12 cidades-sedes. Eles argumentaram que a crise financeira internacional dificultou a busca por parceiros comerciais e pediram ajuda na forma de crédito facilitado. O governo federal colocou uma linha de crédito de R$ 400 milhões à disposição das cidades via Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No entanto, entidades privadas responsáveis por estádios não conseguiram reunir garantias necessárias para tomar a receita. Com o prazo ficando mais exíguo, o cenário se aproxima do que foi visto nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro. Naquela época, o atraso nas obras exigiu socorro do governo federal e inflação contundente nos custos. ?Não podemos simplesmente esperar que as coisas aconteçam. Não vejo o Brasil sem a Copa do Mundo, até porque isso faria muito mal para a imagem do país, mas é difícil imaginar outra situação se a demora continuar. Podemos ver a repetição de alguns erros cometidos no Pan?, admitiu Silva Júnior.

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