A Visa apresentou, na quinta-feira, uma parceria com o Bradesco para implementar uma nova tecnologia no Brasil. E, para fazer ela pegar no gosto do consumidor e do lojista, a empresa usará os Jogos Olímpicos como plataforma de teste.
Trata-se de uma pulseira com um chip com tecnologia NFC. Na prática, ele funciona como um cartão de débito pré-pago, mas com um modo mais fácil de pagamento. Com uma máquina de cartão convencional, basta aproximar o pulso para arcar com a conta. Se ela for inferior a R$ 50, nem senha é preciso digitar.
Para a Visa, esse é o grande objetivo do patrocínio aos Jogos Olímpicos, conforme explicou a vice-presidente de marketing da empresa, Martha Krawczyk, à Máquina do Esporte. “Vamos aproveitar o maior evento do mundo para conectar e falar com as pessoas sobre as novas funções de tecnologias para pagamentos. E aproveitar o tamanho do evento para testar”, afirmou.
A empresa aposta que a tecnologia de pagamento por NFC, já usada em outros momentos sem grande sucesso, pode pegar no país. Para a Visa, algumas características identificadas no consumidor brasileiro podem fortalecer o investimento. Para a companhia americana, 30% dos brasileiros são “early adopters”, que adotam novas tecnologias rapidamente, e são, em sua maioria, “fast-laning consumers”, querem rapidez no serviço de venda.
Para o teste, foram distribuídas 3 mil pulseiras, entre atletas, jornalistas e formadores de opinião. A Máquina do Esporte recebeu um desses objetos e comprovou na prática a dificuldade que terá a empresa. Mesmo que a maioria das máquinas de pagamento aceite o NFC, o ponto de venda tem dificuldade no uso. Durante o evento de lançamento do produto, com pessoas cientes de como realizar a operação, o processo foi extremamente prático. No teste feito pela reportagem, por outro lado, dois estabelecimentos não souberam como proceder a venda.
A Visa diminuiu essa dificuldade com a aposta do know-how da companhia em implementar forma de pagamento. “A Visa tem 30 anos de experiência em trabalhos com os Jogos Olímpicos, o que facilita um pouco a implementação de novas tecnologias. Temos um compromisso com a cidade-sede de trazer essas tecnologias cada vez que nós celebramos os Jogos”, garantiu Krawczyk.
E a companhia, com auxílio do Bradesco, terá algum tempo para isso. O lançamento da pulseira, a 50 dias para os Jogos Olímpicos, marca o início de uma comunicação mais intensa da Visa para o evento. Nas próximas semanas, a empresa lançará vídeos para televisão e para redes sociais com o Rio 2016 de fundo. E o uso do NFC deverá estar no foco, tanto para o consumidor final quanto para lojistas.
Além disso, a Visa acompanhará de perto os 3 mil usuários da pulseira para entender as dificuldades que foram enfrentadas até os Jogos Olímpicos. Três meses após as disputas no Rio de Janeiro, a companhia deverá avaliar a implementação e, então, determinar como ela funcionará de fato.