Voto em branco vence eleição para presidente da Federação Italiana

Foto: Reprodução / Twitter (@FIGC)

A crise do futebol italiano parece não ter fim. Agora, até uma bizarrice vai entrar para a história do esporte que rendeu quatro títulos mundiais e tantas glórias ao país. Na votação para presidente da Federação Italiana de Futebol, cargo que está vago há mais de dois meses, quem venceu foi o voto em branco, com 59%.

A disputa era entre o presidente da Liga Amadora (Cosimo Sibilia), o presidente do sindicato dos jogadores profissionais (Damiano Tommasi) e o presidente da Lega Pro, a 3a divisão do futebol do país (Gabriele Gravina). Na hora da votação, o favorito Gravina rejeitou uma espécie de pacto com Sibilia. Como consequência, para que Gravina não tivesse maioria simples dos votos, Sibilia e Tommasi mandaram seus eleitores votarem em branco, não mais em nenhum dos dois.

Assim, o resultado foi o que se pode chamar de, no mínimo, incomum. Os votos em branco venceram, com 59%. Gravina teve 39%, votação insuficiente para ficar à frente dos votos em branco e vencer a eleição.

Sem um vencedor, o que manda a regra da Federação é que o Comitê Olímpico Italiano assuma o comando provisoriamente, até que uma nova eleição seja marcada.

O resultado da votação expõe ainda mais a atual situação do futebol na Itália. No momento, os três principais cargos relacionados ao futebol estão vagos. O país não tem presidente da Federação, não tem presidente da Lega Serie A (1a divisão) e não tem técnico da seleção.

Tudo isso é consequência da queda da Squadra Azzurra diante da Suécia na repescagem das Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo da Rússia. Carlo Tavecchio, então presidente da Federação, renunciou, e a bola de neve não parou mais.

A bagunça generalizada e a ausência da Itália no Mundial podem, inclusive, atrapalhar o lado financeiro da Azzurra. Especula-se que a Puma esteja insatisfeita e poderia deixar a seleção, assim como a Tim, dona dos naming rights da Lega Serie A. Como a situação é complicada, a imprensa italiana acredita que substitutos nos dois casos não seriam tão rentáveis como os parceiros atuais.

Não é a primeira vez que uma eleição para presidente de federação de futebol de um país conta com um fato bizarro. Na Argentina, em dezembro de 2015, a disputa entre Luis Segura e Marcelo Tinelli teve mais votos do que eleitores. Apesar de 75 presentes, o pleito acabou empatado em 38 a 38, totalizando 76 votos. A votação, então, foi cancelada.

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