A principal inovação que a Copa do Mundo de 2010 apresentou ao futebol mundial é uma antiga tradição sul-africana. A vuvuzela transformou-se em adereço universal entre as torcidas que acompanham a competição, presença obrigatória em qualquer estádio. Curiosamente, porém, a tradicional corneta de plástico não tem relação com o mercado local. O artefato é mais uma das influências da China no principal evento esportivo do continente.
A despeito de sua seleção não ter se classificado para a Copa do Mundo de 2010, a China está presente em vários segmentos da África do Sul. A vuvuzela é um exemplo disso: algo cerca de 90% dos objetos vendidos no país é produzido pelos asiáticos.
Um exemplo do quanto a China se beneficiou com a Copa do Mundo na África do Sul é a Guangda, companhia de brinquedos do país asiático. A empresa enviou um milhão de cornetas ao país-sede do torneio de futebol apenas nos quatro primeiros meses de 2010. Graças à febre em torno da vuvuzela, aumentou de 10 mil para 25 mil a produção diária do objeto.
De uma forma geral, as companhias chinesas tiveram lucro contundente com a Copa do Mundo de 2010. O país asiático foi um dos que melhor aproveitaram as necessidades de obras de infraestrutura na África do Sul para receber o evento. Todos os assentos de estádios da competição, por exemplo, são oriundos da China.
A partir de um acordo comercial estabelecido entre os dois países em 2006, a China se consolidou como o país que de quem a África do Sul mais importa. Um ano antes, o volume de negócios entre as duas regiões já havia ultrapassado US$ 7 bilhões.
Isso ficou ainda mais claro durante as obras para a Copa do Mundo. Intervenções em rodovias e construções de aparatos públicos (de transporte, por exemplo) tiveram participação de companhias chinesas.
A construtora chinesa Anhui Foreign Economic Construction é outro exemplo. Ela foi responsável pelas obras de três dos dez estádios usados pela África do Sul para a Copa do Mundo de 2010.
Até a mascote da Copa do Mundo de 2010, o leão Zakumi, é produzido em uma empresa da China. A atual edição do torneio também é a primeira da história a contar com uma empresa do país asiático entre seus patrocinadores oficiais (a Yingli Solar, companhia do setor de energia).