COI divulga Equipe Olímpica de Refugiados que disputará os Jogos de Paris 2024

Equipe Olímpica de Refugiados terá um emblema próprio pela primeira vez em Paris 2024 - Divulgação

O Comitê Olímpico Internacional (COI) nomeou os 36 atletas de 11 países, acolhidos por 15 Comitês Olímpicos Nacionais (CONs) e que competirão em 12 modalidades como membros da Equipe Olímpica de Refugiados em Paris 2024.

O anúncio foi feito pelo presidente do COI, Thomas Bach, durante uma cerimônia transmitida ao vivo da Casa Olímpica em Lausanne, na Suíça. Comparecendo aos Jogos pela terceira vez, a Equipe Olímpica de Refugiados do COI representará os milhões de pessoas que tiveram que fugir do país natal ao redor do mundo.

De acordo com a Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados (Acnur), havia aproximadamente 114 milhões de pessoas deslocadas à força em todo o planeta até setembro de 2023.

“Damos as boas-vindas a todos vocês de braços abertos. Vocês enriquecem nossa Comunidade Olímpica e nossas sociedades. Com sua participação nos Jogos Olímpicos, vocês demonstrarão o potencial humano de resiliência e excelência”, disse Bach, ao se dirigir a todos os membros da equipe, que se juntaram à reunião virtualmente.

“Ao mesmo tempo, vocês farão bilhões de pessoas ao redor do mundo conscientes da magnitude da crise de refugiados. Portanto, encorajo todos a se juntarem a nós para torcer por vocês, a Equipe Olímpica de Refugiados do COI”, completou.

Composição

A composição da equipe foi aprovada pelo Conselho Executivo do COI e baseou-se em vários critérios, incluindo, em primeiro lugar, o desempenho esportivo de cada atleta e seu status de refugiado, conforme verificado pela Acnur.

Também foi dada consideração a uma representação equilibrada de esporte e gênero, bem como à dispersão dos países de origem.

A chefe de missão da Equipe Olímpica de Refugiados, Masomah Ali Zada, que competiu pela Equipe Olímpica de Refugiados em Tóquio 2020 e estava presente durante a cerimônia desta quinta-feira (2), deu as boas-vindas aos atletas.

“Todos vocês tinham um sonho, e hoje seu sonho de competir nos Jogos Olímpicos está mais próximo do que nunca. Com todos os desafios que vocês enfrentaram, agora têm a chance de inspirar uma nova geração, representar algo maior do que vocês mesmos e mostrar ao mundo do que os refugiados são capazes”, comentou.

A grande maioria dos selecionados é apoiada pelo COI por meio do Programa de Bolsas para Atletas Refugiados, financiado pelo Solidariedade Olímpica e gerenciado pela Fundação Olímpica de Refugiados.

Emblema

Pela primeira vez, a Equipe Olímpica de Refugiados competirá com o próprio emblema da equipe. O símbolo visa a transmitir as diferentes histórias e experiências compartilhadas pelos atletas em suas jornadas por meio do desenho de uma seta apontando para uma rota.

No centro do emblema, há um coração, originado do logotipo da Fundação Olímpica de Refugiados, para representar o pertencimento que a equipe espera inspirar e que atletas e pessoas deslocadas ao redor do mundo encontraram por meio do esporte.

“Esse emblema nos une. Todos nós somos unificados pela nossa experiência. Embora todos diferentes, todos tivemos uma jornada para chegar aonde estamos. Ter nosso próprio emblema cria um senso de pertencimento e nos capacita a também representar a população de mais de 100 milhões de pessoas que compartilham essa mesma experiência”, disse Ali Zada.

Apoio

O apoio aos refugiados e populações deslocadas continua sendo uma prioridade para o COI e faz parte da Agenda Olímpica 2020+5. A Fundação Olímpica de Refugiados foi estabelecida em 2017 para ampliar esse compromisso.

A fundação funciona no lugar de um Comitê Olímpico Nacional tradicional, gerenciando os bolsistas para atletas refugiados e a Equipe Olímpica de Refugiados do COI para Paris 2024. Além de apoiar atletas de elite em sua participação nos Jogos, ela também trabalha para fornecer acesso seguro a esportes para pessoas afetadas pelo deslocamento pelo mundo.

Por meio de parcerias ou programas em todo o globo, a entidade visa a construir um movimento pelo qual pessoas deslocadas possam desfrutar dos benefícios do esporte, onde quer que estejam, Além disso, a ideia é que o esporte possa ser adotado em todos os níveis como uma ferramenta de apoio aos refugiados.

Desde sua criação em 2017, o trabalho da fundação resultou em quase 400 mil jovens sendo capazes de acessar esportes de maneira segura. Mais de 1.600 técnicos foram treinados para realizar sessões de esporte seguro, e seus programas têm apoiado jovens em 11 países nos cinco continentes.

Sair da versão mobile