O Comitê Olímpico Internacional (COI) revelou que usará a inteligência artificial (IA) para auxiliar no bloqueio de abusos que possam ser cometidos nas redes sociais durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024. O evento terá início em 26 de julho e irá até 11 de agosto.
De acordo com o COI, o objetivo é proteger a saúde mental dos cerca de 15 mil atletas e autoridades dentro do universo digital. A expectativa é de que a próxima edição dos Jogos Olímpicos tenha mais de meio bilhão de engajamentos nas principais mídias digitais, o que mostra a importância das redes sociais no envolvimento entre atletas, fãs, patrocinadores, Comitês Olímpicos Nacionais e Federações Internacionais, especialmente entre os mais jovens.
O principal receio do COI é de que os atuais conflitos e tensões políticas, além de preconceitos de todo tipo, cresçam durante Paris 2024 a ponto de atrapalhar o desempenho dos atletas. Muitos precisam aproveitar a exposição dos Jogos Olímpicos para aumentar as chances de conseguir patrocínios, por exemplo, dependendo, para isso, de estarem ativos nas redes sociais.
“Sabemos que as redes sociais e o esporte estão inextricavelmente ligados e apresentam oportunidades fantásticas de envolvimento. Mas, infelizmente, também sabemos que, na era digital, a violência on-line é algo generalizado e inevitável. Ouvimos muitas pessoas dizerem que os atletas precisam se acostumar a abusar ou ignorar isso, mas isso não é bom o suficiente. Não é justo e não é certo”, afirmou Kirsty Burrows, chefe da Unidade de Desporto Seguro do COI.
O sistema
Para o COI, os métodos manuais por si só seriam insuficientes para resolver o problema de maneira eficaz. Segundo a entidade, seriam necessários 16 anos para que cada postagem fosse lida sem o uso da inteligência artificial.
Assim, para facilitar, o sistema de IA do COI monitorará milhões de pontos de dados e usará análise de linguagem natural para detectar postagens ofensivas em grande escala, trabalhando com os proprietários da redes social em questão para apagar ou ocultar o conteúdo antes mesmo que o atleta-alvo possa lê-lo.
“A IA também nos permitirá compreender melhor a violência on-line e nos ajudará a desenvolver políticas baseadas em dados para criar um ambiente física e psicologicamente seguro para os atletas”, enfatizou Kirsty Burrows.