A ginasta Rebeca Andrade, que se tornou nos Jogos de Paris 2024 a maior medalhista olímpica da história do Brasil, também foi a campeã na aquisição de novos seguidores nas redes sociais. Segundo estudo da plataforma de resultados esportivos Flashscore, em cooperação com a Result Sports, a atleta acrescentou 9.873.624 fâs em suas contas oficiais no Instagram e TikTok.
Isso significa um aumento de 67,67% na sua base de seguidores, que já era superior a 14 milhões de contas. Na sua volta ao Brasil, Rebeca agora acumula mais de 24 milhões de fãs nas redes sociais.
Assim como na final do solo em Paris, a vitória de Rebeca sobre Simone Biles foi apertada. A norte-americana conseguiu 8.911.084 novos seguidores, um aumento percentual de 50,28%. Portanto, Rebeca bateu Simone tanto em números absolutos quanto em crescimento percentual.
Brasileiros
Pelo estudo do Flashscore, está claro que ganhar uma medalha faz bem para as redes sociais. Mario Leo, CEO da Result Sports, levantou os números de outros medalhistas como Gabriel Medina e Rayssa Leal, que ganharam o bronze, e Tatiana Weston-Webb, que levou a prata. Em todos os casos, houve aumento significativo no número de seguidores no Instagram e TikTok.
Curiosamente, porém, o maior aumento percentual brasileiro veio de alguém que não subiu ao pódio em Paris 2024. Hugo Calderano ganhou em média 75% mais seguidores, mesmo tendo ficado em quarto lugar no torneio de simples do tênis de mesa, melhor colocação de um não europeu e não asiático na história olímpica.
Contribuiu para isso o fato de ser o atleta com menor base de fãs entre os pesquisados. Por isso, com mais espaço para crescimento. Ao mesmo tempo, Calderano mostra que nem só de medalhas vivem os fãs, que valorizam a história de uma boa jornada olímpica.
Novas estrelas
Entre os estrangeiros, a narrativa dos atletas também foi fator importante para conquistar seguidores. Yusuf Dikec, o atirador turco, que virou meme nas redes sociais por seu jeito despojado de atirar, teve aumento de 96,03% de seguidores.
A autenticidade também favoreceu a canoísta australiana Jessica Fox, que teve crescimento de 63,27%, e as boxeadoras Imane Khelif, com aumento de 95,93%, e Yu-Ting Lin, que teve incremento de 92,99%.
Jessica se tornou em Paris a atleta mais vitoriosa da história canoagem slalom em Olimpíadas. Ela acumula 3 ouros, 1 prata e 2 bronzes em quatro participações nos Jogos. A argelina Imane conquistou o ouro na categoria meio-médio do boxe. Lin, por sua vez, tornouse-se campeã olímpica dos penas, sendo a primeira boxeadora de Taiwan a atingir esse feito.
“Elas foram particularmente controversas, seja na TV, na imprensa ou nas mídias sociais. Isso deu a ambas um grande palco”, analisa Leo, enfatizando suas observações sobre momentos olímpicos que se tornaram virais.
Astros
Astros do esporte não tiveram crescimento significativo com suas performances olímpicas. Isso aconteceu muito em razão de partirem de uma base de fãs já bastante elevada. Esse foi o caso de LeBron James (crescimento de 0,26%f), Novak Djokovic (aumento de 4,54%) e Iga Swiatek (incremento de 4,49%). De acordo com Mario Leo, no entanto, isso era de se esperar.
“As Olimpíadas não desempenham um papel importante nos esportes deles. O fato de eles ainda participarem dos Jogos Olímpicos se deve mais à motivação intrínseca de acrescentar outro metal precioso ao seu histórico pessoal”, analisa o executivo.
“Em comparação com o título da NBA ou o triunfo no Aberto da França, ganhar as Olimpíadas é de importância secundária para os fãs desses esportes”, compara ele.