Mascotes da Olimpíada de Paris 2024 homenageiam símbolo da Revolução Francesa

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 apresentou, nesta semana, as mascotes da competição. Batizados de The Phryges, os personagens são inspirados no barrete frígio, elemento que é parte da cultura e da história da França.  

No imaginário popular mais recente, os dois serão lembrados facilmente por serem parte da vestimenta dos Smurfs, criação do belga Peyo. A trajetória dessa boina, porém, vem de muitos séculos atrás.  

Na Antiguidade, o barrete foi utilizado para identificar o príncipe troiano Páris em vasos e esculturas gregas. O termo frígio costumava ser usado pelos romanos para se referir aos moradores de Troia, já que, segundo a tradição, a cidade lendária estaria localizada na Frígia (região equivalente à atual Turquia).  

Com o tempo, ele se tornou o adorno adotado pelos escravos libertos na Roma antiga. E foi a partir dessa tradição que o gorro vermelho passou a ser considerado um símbolo da luta pela liberdade.  

Ideal de liberdade

No século XVIII, o barrete frígio vermelho foi utilizado de maneira marcante na Guerra de Independência dos Estados Unidos, segurado acima do mastro da liberdade. Em 1789, o gorro foi usado pelos republicanos franceses durante a Tomada da Bastilha, em 14 de julho, evento que marcou o início da Revolução Francesa.

Na personificação da República, a personagem Marianne aparece trajando um gorro frígio vermelho, ao mesmo tempo em que empunha triunfante uma bandeira vermelha, branca e azul em uma das mãos, com um mosquete com baioneta na outra.  

O vídeo de apresentação feito pela organização dos Jogos de Paris 2024 deixa explícita essa referência histórica, começando com a imagem de Marianne e terminando com os Phryges praticando diferentes modalidades olímpicas e paralímpicas. Os olhos e os cílios das mascotes são nas mesmas cores da bandeira francesa.

A simbologia em torno do barrete frígio vermelho não ficou restrita à França. No Brasil, por exemplo, o gorro é representado nas bandeiras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, além dos brasões de Amazonas, Paraíba e Acre.  

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