No começo do ano, o público acostumado a acompanhar o Australian Open nas transmissões da ESPN deparou-se com uma nova marca anunciando no canal. A empresa de consórcios Ademicon decidiu, pela primeira vez, ir à mídia para comunicar sua ligação com o esporte.
Fundada em Curitiba há 30 anos como Ademilar, foi apenas em 2020 que a marca Ademicon foi criada. E, em 2022, o tênis foi adotado para comunicar a abrangência nacional da empresa.
“Nossa marca, hoje, tem mais de 15% de crescimento em pesquisas de reconhecimento da marca desde janeiro para agora. Já melhorou o reconhecimento. A Ademicon é uma marca nova, existe há dois anos. A Ademilar tem 31 anos, totalmente regional, que passou a ser nacional”, afirmou Tatiana Schuchovsky Reichmann, CEO da Ademicon, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.
Segundo a executiva, no segundo semestre a marca deverá novamente ir à mídia geral com campanhas sobre o mercado de consórcios. No começo do ano, algumas ações foram feitas, como um patrocínio a uma prova no Big Brother Brasil (BBB) e nos programas Encontro e Ana Maria Braga. Agora, a ideia é usar um rosto conhecido da população para anunciar os consórcios.
“Em agosto, vamos estrear uma campanha nova, com um garoto-propaganda novo, que tem sintonia também com o tênis. São dois anos de contrato”, afirmou a executiva.
“O esporte exige foco, treinamento, dedicação. Você tem de fazer sempre do mesmo para uma hora ter o sucesso. É igual o consórcio”
Tatiana Schuchovsky Reichmann, CEO da Ademicon
Para ganhar mais projeção, a Ademicon deve ir em busca também do futebol, esporte mais popular do país. A empresa, que já opera um consórcio em parceria com o Coritiba, deve anunciar dois novos clubes para oferecer o produto aos torcedores. Além disso, deve ir em busca de exposição de marca, mas de um jeito bem específico.
“Nossa ideia é ir em busca de outros patrocínios, campeonatos que a gente consiga alcançar bastante gente. Principalmente no futebol, que tem Copa do Mundo, reta final de Campeonato Brasileiro e outras competições neste semestre. Com esse negócio de fim de pandemia, os estádios estão mais cheios, então estar num campeonato é um olhar nosso de se aproximar dos times de alguma forma”, disse Tatiana, que descarta patrocinar clubes especificamente.
Os patrocínios individuais continuarão centrados no tênis. Além das transmissões da ESPN, a marca aposta em jovens promessas do esporte. Maria Mauad, filha do ex-jogador de futebol Alex, ídolo de Coritiba, Cruzeiro e Palmeiras, e atual técnico do Sub-20 do São Paulo, é o expoente do tênis feminino patrocinado pela Ademicon. Aos 18 anos, ela começou a transição para o tênis profissional.
Nos juvenis, a marca também apoia Matheus Lima, curitibano de 17 anos que é campeão Jovem Sul-Americano em nível Challenger do circuito profissional, e Gustavo Almeida, de Guarapuava (PR), que com 16 anos já foi campeão do Banana Bowl. A marca ainda tem o ex-tenista Flávio Saretta, comentarista do canal Bandsports, como influenciador nas redes sociais.
O vínculo com a modalidade tem origem na família de Tatiana, que ainda é dona de 70% da empresa e sempre esteve ligada ao tênis. Mas o começo da Ademicon no esporte foi na corrida de rua.
“Há cerca de dez, doze anos, começamos a enxergar o esporte para comunicar nossa marca. O esporte exige foco, treinamento, dedicação. Você tem de fazer sempre do mesmo para uma hora ter o sucesso. É igual ao consórcio. Você planeja para um momento ter o resultado. Passamos a investir nas corridas de rua de Curitiba. Começamos a patrocinar as modalidades e isso foi muito legal. Mas nossa família fez parte do tênis a vida inteira. A gente começou a patrocinar campeonatos de tênis, começou a se envolver e entendeu que o tênis tinha muito a ver com o nosso público. Muitos dos que jogavam tênis tinham consórcio”, relembrou a executiva.
Estratégias locais
Outro esporte que tem se destacado na estratégia da empresa é o automobilismo. A Ademicon patrocina pilotos de várias categorias, como Endurance, kart, Superbike, Mercedes-Benz Challenge e Stock Car.
“Temos 140 lojas em 17 estados e no Distrito Federal. Essas lojas têm sua opinião e decisão para tomar no marketing e compartilham da verba conosco. Investimos na família Grael, por exemplo, porque tinha sentido para o pessoal do Rio de Janeiro. Temos o olhar regional de 17 estados, o que é importante para o negócio”, justificou Tatiana.
Consórcio independente, sem vínculos com bancos, a Ademicon deve usar o futebol para ganhar mais projeção. A expectativa é conseguir aumentar ainda mais os números registrados neste primeiro semestre e fechar o ano com pelo menos mais de R$ 10 bilhões em crédito. Em 2021, a Ademicon vendeu R$ 8,3 bilhões.
“Ou a gente foca num negócio e vai nele, ou a gente atira para tudo que é lado e perde o foco. Hoje, nosso maior olhar é para o tênis, mas a gente analisa todas as oportunidades que vêm à mesa”, finalizou a executiva.