Criada no Vale do Silício, na Califórnia (EUA), a f2o Sports Corporation propõe um novo modelo de gestão dos clubes, dando acesso para que torcedores se tornem investidores e tenham acesso a decisões estratégicas de gestão das equipes.
“F2o significa fan to owner, de torcedor para proprietário”, explicou Leo Learth, brasileiro que é consultor de tecnologia e digitalização da f2o, em entrevista à Máquina do Esporte.
A ideia de criar a empresa surgiu nos corredores da Universidade de Stanford, onde Leo cursava um programa para formação de executivos de mercado. Ao examinar a realidade do esporte, os amigos constataram que os clubes são controlados por um pequeno grupo de pessoas, seja no modelo associativo ou no modelo empresarial.
“O torcedor, que é o maior ativo desses clubes, não tem nenhum retorno. Canalizam o dinheiro para o topo. A proposta da f2o é inverter essa pirâmide. As pessoas vão ter acesso à propriedade dos clubes. A voz dela vai ser escutada no processo de governança das equipes”, contou Learth.
Lançamento
A plataforma foi lançada na última terça-feira (3), com foco na comunicação com clientes de Argentina, Brasil, Colômbia, México, Portugal, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos. No entanto, é aberta a investidores de qualquer outro país. No momento, a empresa negocia a aquisição de um time na Espanha para iniciar os trabalhos.
“Estamos procurando times da 3ª e 4ª divisões. Não estamos falando nos times principais, da 1ª divisão”, revelou o executivo.
O nível do investimento dependerá do crowdfunding que a empresa realiza no momento. Por enquanto, a f2o não divulga qual é a meta de investidores e o montante de dinheiro necessário para essa primeira aquisição.
“Nosso modelo não está restrito ao futebol masculino. Podemos ter feminino e outros esportes. Temos um planejamento para as próximas empreitadas, mas precisamos fazer a primeira [aquisição] dar certo. É nisso que a gente está concentrado no momento”, explicou Learth.
Pilares
Segundo o brasileiro, a f2o está moldada em três pilares para o desenvolvimento de sua empreitada na indústria do esporte: globalização, descentralização e digitalização. A empresa busca conectar pessoas além das fronteiras. O objetivo é pulverizar a propriedade e o benefício econômico que a empresa possa gerar. Por fim, a digitalização dá a oportunidade de que acionistas dos mais diferentes pontos do planeta possam participar da tomada de decisões do clube, aumentando o engajamento com o esporte.
“Lançamos nosso site e estamos fazendo a verificação dos interessados. A etapa seguinte é fazer um mapeamento e montar uma lista de espera. Em um a dois meses vamos lançar, em parceria com a Wefunder, a plataforma de investimentos”, finalizou o brasileiro.