A Nike divulgou o balanço do terceiro trimestre do ano fiscal dos Estados Unidos (2023/2024), finalizado em 29 de fevereiro, no qual houve um ligeiro aumento no faturamento em relação às previsões iniciais. A arrecadação chegou a US$ 12,4 bilhões, o que representa um incremento de 0,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, mesmo com ajustes em relação às flutuações cambiais.
Em uma teleconferência, John Donahoe, CEO da Nike, admitiu que o balanço está alinhado com as previsões dos gestores da marca, mas ficou aquém do potencial da empresa. Por conta disso, haverá novos cortes nas verbas de marketing, portfólio de produtos e distribuição.
A maior parte das receitas da companhia veio da marca Nike, cujas vendas aumentaram 2%, atingindo US$ 11,9 bilhões.
Houve crescimento nas vendas na América do Norte e Ásia, que compensou o revés na Europa. No primeiro, o aumento de arrecadação foi de 3%, atingindo US$ 5,07 bilhões. Já na China, o crescimento foi de 5%, chegando a US$ 2,08 bilhões. As vendas nos demais mercados asiáticos e na América Latina totalizaram US$ 1,65 bilhão, superando em 3% as vendas do trimestre anterior (4% após ajustes cambiais).
Já na região que compreende Europa, Oriente Médio e África (Emea), houve uma queda de 3% nos negócios. A região totalizou US$ 3,14 bilhões em vendas.
A Converse, por sua vez, que faz parte do portfólio da companhia, teve queda de 19% nas vendas, chegando a US$ 495 milhões, principalmente devido às perdas de mercado na América do Norte e na Europa.
Lucros
A Nike conseguiu aumentar sua margem bruta, mas viu o crescimento das despesas com a reestruturação da companhia e o marketing onerando o balanço. Com isso, o lucro caiu 5%, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, chegando a US$ 1,17 bilhão.
A queda nas vendas e nos lucros ocorreu após um segundo trimestre chamado pela empresa de “desafiador”, quando a Nike anunciou novas medidas para reestruturar a companhia e economizar até US$ 2 bilhões em custos nos próximos três anos.
“Estamos fazendo os ajustes necessários para impulsionar o próximo ciclo de crescimento da Nike”, afirmou Donahoe, à época.
As medidas incluíram demissões, simplificação de produtos e aumento da automação nas fábricas. À época, a marca do Swoosh informou que as receitas da América do Norte caíram 3% no segundo trimestre. Já as vendas para os atacadistas da região refluíram 9%.
Previsões
Nos primeiros nove meses do atual exercício financeiro, o volume de negócios da empresa totalizou pouco menos de US$ 38,8 bilhões. Este valor foi 1% acima do obtido no ano fiscal anterior. O lucro líquido acumulado nos três trimestres aumentou 4%, chegando a US$ 4,20 bilhões.
Para o próximo ano fiscal (2024/2025), porém, segundo Matt Friend, diretor financeiro da Nike, a perspectiva é de que as vendas diminuam em uma porcentagem de um dígito. Isso se deve às alterações planejadas nas linhas de produtos e às perspectivas econômicas globais que não são boas.