A exemplo do que aconteceu com o estádio olímpico João Havelange, a licitação da Arena Multiuso tem apenas um concorrente. A GL Events foi a única que entregou o envelope até a data estipulada pela prefeitura do Rio de Janeiro. Agora, depende apenas de um aval do Tribunal de Contas do Município (TCM) para assumir a gestão do local. A expectativa é que o parecer saia até quinta-feira. A GL Events é de origem francesa e também administra o Riocentro. Ela é considerada um dos maiores conglomerados mundiais no segmento de eventos e exposições, com atuação em diversos países da Europa e também na China. A licitação e a instalação da empresa no Brasil são investigadas por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na C”mara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Uma das reclamações dos vereadores no caso Riocentro é de que a licitação foi formulada de forma irregular e que restringe completamente a participação de diversas empresas. Eles também salientam a forma que a GL Events chegou ao Brasil. A empresa inicialmente se chamava Jequié Participações e seria uma espécie de ?empresa de gaveta? de um escritório de advocacia. Ela tinha capital inicial de R$ 120 e foi vendida para os franceses. O autor da ação popular que deu origem à CPI do Riocentro, o advogado Luiz Paulo Viveiros de Castro, explicou que foi contratado por um interessado para analisar o edital de licitação do centro de eventos, que deu parecer contrário à participação na concorrência. ?O edital tinha diversas irregularidades que davam a entender uma possível fraude no processo licitatório. No que foi publicado inicialmente era necessário possuir capital integralizado, já no outro isso poderia ocorrer até a assinatura do termo de concessão?, disse Viveiros de Castro em depoimento à CPI. Entre os pontos obscuros levantados pelo advogado estão: a questão do capital, direcionamento do resultado, ausência de autorização legislativa para a venda de uma empresa pública e repasse dos débitos à prefeitura e da marca Riocentro de maneira gratuita. No edital de concessão da Arena Multiuso para a iniciativa privada, o Rio de Janeiro exigiu remuneração mínima mensal de R$ 269,6 mil, com reajuste anual pelo IPCA-E. Como o contrato tem validade de 1° de outubro de 2007 até 30 de junho de 2016, o total que a prefeitura vai receber é superior a R$ 25 milhões. Assim como aconteceu com o Riocentro, a primeira licitação não teve candidatos. A prefeitura decidiu então que assumiria a administração do centro esportivo, mas pouco depois mudou de idéia e abriu nova concorrência. Procurado pela Máquina do Esporte, o presidente da CPI do Riocentro, Stepan Nercessian (PPS) não atendeu aos telefonemas. Já a GL Events informou que só vai se pronunciar sobre o assunto quando receber o parecer favorável do TCM.
Arena Multiuso: vencedora é investigada
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