Atlético quer ‘lotar’ Arena já em 2008

Com apenas 25 mil lugares em seu estádio, o Atlético Paranaense dificilmente vai figurar entre as maiores médias de público do Campeonato Brasileiro. A Arena da Baixada pode, no entanto, atingir uma marca ainda inédita no país. Por meio de seu projeto de sócio-torcedor, o clube pretende chegar a 100% de ocupação nos jogos em casa. A idéia se baseia no crescimento de afiliados desde o ano passado, quando o Atlético Paranaense resolveu desistir dos carnês anuais e apostar na ação. O plano foi de três mil a 18 mil sócios que pagam mensalidades equivalentes ao valor dos ingressos, e a direção projeta 25 mil até o fim de 2008. ?O Atlético é um clube que trabalha só com futebol. Então, a principal vantagem que o sócio procura é o acesso ao estádio. Todos que pagam mensalidade não pagam para entrar na Arena. E isso é a nossa venda antecipada?, disse Mauro Holzmann, diretor de marketing do clube, em entrevista à Máquina do Esporte. O sucesso de programas do tipo não é uma novidade, especialmente na região Sul do país. Internacional e Grêmio contam com 77 e 50 mil sócios, respectivamente, números que também representariam ocupação máxima dos estádios. O projeto dos rivais de Porto Alegre, porém, não segue a mesma linha. Enquanto o Atlético oferece entrada livre na Arena da Baixada, os gaúchos conferem aos associados descontos nos bilhetes. Na prática, isso impossibilita a contabilização dos sócios-torcedores como pagantes, já que a mensalidade é destinada a outros fins. A constatação coloca o Atlético como pioneiro, mas, ao mesmo tempo, caracteriza a fragilidade da relação com o clube. Para Holzmann, esse aumento está atrelado à nova leitura que se faz da gestão rubro-negra, que seria vista como mais moderna e confiável. Dessa forma, o fã se sentiria obrigado a participar ainda mais do processo de crescimento. ?Acho que conseguimos conscientizar. Nós oferecemos para o nosso torcedor o melhor estádio do Brasil. Além disso, temos toda a estrutura para o futebol. Ele sabe que o dinheiro está sendo bem aplicado. Então ele pensa: ?eu também preciso fazer a minha parte??, disse o dirigente. Só que o futuro segue sujeito a turbulências. Como não há uma relação de obrigação entre as partes, o torcedor pode deixar o projeto no momento que quiser, apenas deixando de quitar seus débitos. A esperança é que essa possibilidade não vire realidade no momento em que os resultados desaparecerem. ?Nós buscamos essa dissociação do campo a todo momento. O cara tem de contribuir para o clube para que ele cresça, independentemente da situação. Agora, tentar prever o que vai acontecer nesse caso é um exercício de futurologia?, concluiu.

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