Bluetooth vira fonte de renda no futebol

Cerca de seis anos após desembarcar no Brasil, a tecnologia Bluetooth ? ferramenta de comunicação sem fio entre dispositivos eletrônicos ? se tornou a nova aposta dos clubes de futebol para incrementar suas fontes de renda. Atlético Paranaense, Sport, Náutico, Coritiba, Internacional e Corinthians são, até o momento, os principais exemplos do ?Bluetooth marketing? no futebol. A receita é simples: após fechar parcerias com empresas de mídia ?mobile?, os clubes ganham uma rede para a comunicação virtual em seus estádios nos dias de jogos. Durante a partida, o torcedor que deixa o Bluetooth habilitado em seu celular recebe um pedido de autorização prévia para o download de imagens, áudios ou mensagens relacionadas ao jogo. O dinheiro vem dos anunciantes. Há um ano no mercado brasileiro, a Yes Mobile Media negocia suas cotas ? três por jogo – a R$ 15 mil cada. Desse montante, os clubes recebem de 30% a 50%. Parceira de Coritiba, Internacional e Corinthians, a empresa conta com apoios Net e IG nessa empreitada. A rodada do final de semana deve ganhar dois novos patrocinadores, cujos nomes são mantidos em sigilo. “A maturação desse mercado ainda está por vir, mas é inegável que estamos crescendo numa velocidade muito rápida. E o retorno disso tem sido muito bom. Em média, 25% dos celulares que recebem a chamada aceitam o download. É um ótimo número”, afirma Amauri Monge Fernandes, diretor de marketing da Yes, que não cobra nada dos clubes. O cenário é tão animador que a empresa negocia com Cruzeiro, Flamengo e Fluminense para o ano que vem. A idéia, porém, é fechar com o Clube dos 13 para chegar ao maior número possível de equipes na próxima temporada. ?Estamos em plena negociação, mas não podemos ficar esperando pelo C13. Por isso, já temos conversas engatilhadas com essas equipes para 2009. Porém, se o acordo vingar, nem todos os clubes participarão, porque isso depende da vontade do anunciante?, destaca Fernandes. Pioneiro na exploração da nova mídia, o Atlético Paranaense ? que iniciou a ?transmissão? via celular em dezembro de 2007 ? adotou, em um primeiro momento, uma postura institucional. Os torcedores presentes à Arena da Baixada recebem informações sobre apostas na Timemania ou sobre o programa de sócio-torcedor, além de mensagens publicitárias. A parceira dos paranaenses para essa ação é a Color. Em breve, o clube quer disponibilizar replays e narração dos gols, entrevistas e reportagens sobre o jogo. No entanto, essa nova fase do uso do Bluetooth depende das definições do Clube dos 13 a respeito dos direitos de imagem para telefonia celular. Segundo a Máquina do Esporte apurou, uma nova comissão – sob o comando de Athaíde Gil Guerreiro, do São Paulo ? foi criada para avaliar o relatório sobre as propostas já recebidas. ?A import”ncia de ter um mecanismo desse é integrar o torcedor cada vez mais com o clube. Mas também é uma parceria muito rentável da forma como foi estruturada. Parte da verba vai para a tecnologia, outra para a Arena e a última fica com quem fecha o anunciante (clube ou Color)?, diz Roberto Pinto, diretor comercial do Atlético, que já teve a Caixa Econômica Federal como patrocinadora nas mensagens sobre a Timemania. No Nordeste, a btSimples foi responsável pela implantação do Bluetooth em jogos de Sport e Náutico. Para o primeiro, por exemplo, a ?vedete? foi a distribuição da música Caza-Caza aos torcedores que compareceram à Ilha do Retiro. A campanha registrou mais de 696 envios. Os adeptos do Náutico, por sua vez, receberam o hino do clube pelo celular. A ação, que teve como parceiro o Jornal do Commercio, registrou 1.905 envios. No Reino Unido, a empresa Bluepod Media instalou redes de Bluetooth em nove estádios ingleses e escoceses para enviar anúncios dos patrocinadores, notícias e comunicados dos presidentes dos clubes que aderiram ao projeto. Desses, cinco concederam à empresa os direitos de exploração exclusivos de marketing com essa tecnologia: o Birmingham City, o Wigan Atlhetic, o Portsmouth, o West Ham United e o Celtic, de Glasgow.

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