O Brasil vai olhar a África do Sul para ter uma base de comparação para a realização da Copa do Mundo de 2014, sem olhar para o que fizeram Estados Unidos, França, Japão, Coréia do Sul e Alemanha nas últimas quatro Copas. ?A Copa do Mundo da África do Sul será uma oportunidade de comparação mais realista para o Brasil?, afirmou Ricardo Mader, sócio-diretor da Horwath HTL-HIA Consultoria e Planejamento, durante o ?Seminário Internacional Perspectivas e Desafios para o Turismo ? Copa do Mundo 2014?. Mader referia-se aos problemas e dificuldades de um país em desenvolvimento, descartando comparações com os ?países desenvolvidos como Alemanha, Japão e França?. O consultor em hotelaria foi um dos palestrantes do evento, que teve como objetivo discutir os caminhos para o turismo do Brasil tendo a Copa do Mundo como pano de fundo. Durante o seminário, ficou claro, nas opiniões expostas nos debates, que o Brasil precisa planejar o quanto antes a organização do Mundial no país. Na esteira do evento, está o desenvolvimento do turismo e a projeção da imagem brasileira pelo mundo. Foi ponto pacífico no encontro, realizado no Rio de Janeiro na última sexta-feira, dia 25, que a pergunta primordial a ser feita pelos organizadores é: Como queremos ser vistos no exterior? E, a partir daí, posicionar a marca do país no mercado. A seis anos do início da Copa, a melhor maneira de iniciar esse processo de exposição de imagem é aproveitar o conhecimento de países e cidades sedes na organização de grandes eventos. A coordenadora da província de Western Cape para a Copa de 2010, Laurine Platzky, trouxe para o seminário experiências vividas pela organização africana do evento. Segundo Laurine, a Cidade do Cabo, uma das sedes, pretende transformar-se em um centro de diversões e entretenimento para os turistas, indo além de uma simples praça de jogos. Para tanto, as prioridades dos investimentos são em infra-estrutura, coesão social e no aspecto ambiental. Como aconteceu na Alemanha, em 2006, serão construídos áreas como o ?Fan Fest?, centros para abrigar espectadores diante de telões, evitando concentração de pessoas ao redor dos estádios. Uma novidade para a África-2010, especialmente na Cidade do Cabo, será o chamado ?Fan Mile?, que consiste em um trecho que liga os trens ao estádio, usado exclusivamente por torcedores. Essa passarela será preenchida com hotéis, restaurantes e atrações diversas. A coordenadora frisou ainda que é preciso utilizar o período pré-Copa para expor o evento na mídia. A opinião é convergente com a de Ulrich Nitschke, diretor do Serviço de Agentes em Comunidades no Mundo da Internacional para Desenvolvimento de Capacitação (InWent ? Alemanha). ?Começando da Euro 2008, até 2014, o Brasil precisa utilizar cada um dos grandes eventos do futebol para observar e planejar a Copa?, disse o alemão.
Brasil mira África para 2014
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