Clube dos 13 vive novo racha

Mais uma vez a crise política ronda o Clube dos 13, entidade responsável pela comercialização da Série A do Campeonato Brasileiro de futebol. No início da tarde desta terça-feira terminou a Assembléia Geral que discutiu a mudança estatutária da entidade. O encontro não teve a participação de cinco clubes. Atlético-MG, Botafogo, Cruzeiro, Flamengo e São Paulo não participaram do encontro depois de serem surpreendidos por uma ?reunião-rel”mpago? ocorrida a partir das 11h num hotel em São Paulo. ?No mínimo houve uma falta de respeito e de ética. Faltou companheirismo de quem estava presente na reunião?, afirmou à Máquina do Esporte Marcelo Portugal Gouvêa, ex-presidente do São Paulo e que havia ido ao encontro. Segundo o dirigente, a assembléia estava prevista para ter início às 11h, com uma possibilidade de começar meia hora depois em caso de falta de quorum. Com isso, os representantes dos cinco clubes ficaram conversando na entrada do hotel à espera da chegada de outros dirigentes. Às 11h30, subiram ao local do encontro, quando foram surpreendidos pelo fato de que as discussões já estavam ocorrendo desde 11h. ?Foi uma desatenção fazer a assembléia [sem a participação desses clubes]. Não que seja irregular, pois não houve essa compreensão. Tradicionalmente as reuniões começam sempre na segunda chamada?, disse Gouvêa. Com isso, por 15 votos a favor e cinco contra, o projeto vencedor foi o formulado pela atual diretoria da entidade. Nela, a principal mudança é referente ao peso dado para os votos dos clubes. Antigamente, os 13 fundadores do C13 tinham peso 3 nas decisões, enquanto os sete clubes que se associaram posteriormente tinham voto com peso 2. Agora, todos os votos têm pesos iguais. ?Os nove clubes que têm maior torcida e presença na mídia agora serão prejudicados?, avaliou o dirigente após saber da decisão tomada na assembléia. Essa queda-de-braço entre os clubes de maior tradição e os que entraram depois na entidade foi o principal motivo para a mudança estatutária, segundo a Máquina do Esporte apurou. De acordo com pessoas presentes à reunião, o discurso de Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, defendendo pesos diferentes baseado apenas na história de cada clube levou à preferência pela proposta do C13. Com a vitória, a diretoria da entidade conseguiu, também, manter-se soberana nas decisões sobre o C13. A proposta derrotada na votação previa ainda a criação de um conselho de administração, sem a figura de um presidente. Agora, os representantes dos cinco clubes vão redigir uma nota oficial justificando a decisão de não participarem da reunião. Seu conteúdo será revelado nas próximas horas. Nela, poderão constar também os planos deles em relação à participação futura no C13.

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