O início do novo ciclo olímpico promete quatro anos mais agitados para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) que os que antecederam os Jogos Olímpicos de Pequim. Cobrada por diversos setores por um suposto mal resultado na China, diante do gasto de quase R$ 1 bilhão de verbas públicas, a entidade deve ganhar mais um adversário de peso nos próximos dias. No dia 3 de fevereiro, Corinthians, Flamengo, Fluminense, Vasco, Sogipa, Pinheiros, Minas Tênis e Grêmio Náutico União devem lançar o Conselho de Clubes Formadores de Atletas, que vai pleitear verba da lei Agnela-Piva para as agremiações. As negociações para a implantação da novidade estão bem avançadas, e uma ata do grupo já foi formalizada. Sérgio Bruno Zech, presidente do Minas Tênis, será o presidente, enquanto Márcio Braga, do Flamengo, e Antonio Moreno Neto, do Pinheiros, serão seus vices. O principal motivo da união é a falta de repasses e reconhecimento do COB aos clubes que ainda sustentam equipes de várias modalidades. Os clubes pretendem entrar no jogo político para brigar por parte das receitas da entidade-mor do esporte brasileiro, que amealhou cerca de R$ 254,4 milhões no último ciclo olímpico somente com repasses de loterias. ?Ela vai ser uma entidade política, porque nós vamos querer que nosso espaço seja reconhecido e, se possível, que a gente receba também algum tipo de verba. Se nós somos importantes, então queremos entrar no bolo, porque nós que formamos esses atletas?, disse Sérgio Bruno Zech, presidente da futura entidade. O anúncio será formalizado à imprensa em encontro na sede do Pinheiros, em São Paulo, e a idéia dos fundadores é trazer ainda mais entidades para a organização. No futuro, os dirigentes, que reclamam ter fornecido cerca de 77% da delegação brasileira em Pequim, podem até montar competições próprias, como forma de fomento ao esporte no país. O impasse com o Comitê existe há muitos anos, mas ganhou força em 2007. Convidado de honra de uma reunião do Consenso Superior Interclubes, que reúne os 29 principais clubes sociais do Brasil, Carlos Arthur Nuzman ouviu as sugestões dos dirigentes e se comprometeu a ajudar. No dia seguinte, porém, a divulgação do encontro e da existência da pressão irritou o presidente do COB, que logo voltou atrás nas promessas. A entidade também se indispôs com o Flamengo nessa semana. Cercado de mistério, o novo contrato do clube com a Petrobras deve marcar a redução dos investimentos nos esportes olímpicos. Na última quarta-feira, o COB se manifestou contra a atitude, e ouviu do clube, em seguida, que precisava destinar mais recursos aos formadores de atletas brasileiros. Atualizada às 14h39
Clubes criam Conselho e pressionam COB
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